A princesa e o príncipe |
Um dia ouvi isso:
"C" de Calendário, onde moram os dias; e o "Carnaval", esta
oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data marcada. Não é que
a pessoa que escreveu isso estava certa?
De acordo com minhas
pesquisas, o costume brasileiro de se brincar no período do carnaval foi
introduzido pelos portugueses, no século XVI, com o nome de “Entrudo”. Naquele
tempo, dividia-se em dois tipos: O popular, aquele com brincadeiras nas ruas
das cidades, onde todos se jogavam água, ovos e farinha e Entrudo familiar, já
mais reservado, que ocorria nas residências familiares, onde jovens jogavam uns
nos outros o tal limão de cheiro, originando-se mais tarde o conhecido lança-perfume.
Voltando um pouco mais no
tempo, em Portugal, desde a Idade Média se comemorava o carnaval, sendo que em
algumas aldeias os seus habitantes criavam gigantescos bonecos chamados de
Entrudos, e com o tempo, eles deixaram de significar apenas bonecos, passando a
ter uma conotação maior: o de festa.
No Brasil, pesquisas apontam
que somente no final do Século XIX, começaram aparecer os blocos carnavalescos,
cordões e “corsos”- tipo de agremiações carnavalescas responsáveis pela
promoção de desfiles pelas ruas da cidade, utilizando carros, geralmente, de
luxo, abertos e ornamentados, com foliões fantasiados, que ao passar jogavam no
público confetes, serpentinas e esguichos de lança-perfume - estes,
posteriormente, deram origem aos carros alegóricos típicos das atuais escolas
de sambas, mas, apenas no século XX, que o carnaval se firmou como uma
verdadeira festa popular recheado de marchinhas carnavalescas encantando a
todos.
E antes que me perguntem, o
lança-perfume, embora aparentemente inofensivo era comum nos carnavais daquela
época, mas, em 1961, acabou sendo proibido legalmente no Brasil, mediante
Decreto do Presidente Jânio Quadros, após alguns casos comprovados de morte de
usuários por embriaguez, muitas vezes, seguida de acidentes fatais, pois
segundo as características técnicas do
produto é uma droga manufaturada com solventes químicos à base de cloreto de
etila, que acelera a freqüência cardíaca, podendo chegar até 180 batimentos por
minuto. A droga destrói as células do cérebro, levando o usuário a desmaios ou
vômitos.
Tá bom. Chega de informações
históricas e blá, blá, blás.. (esta minha mania eterna de aluno de Ciências
Humanas, o famoso e eterno “CH” de Cursinho de Vestibular), vamos ao que
interesse e que todos estão esperando: o(s) personagem (s) da semana.
Carnaval..., sinceramente, eu já sou mais reservado, fechado, distante da
folia, porém, muito observador e sempre atento as boas histórias ocorridas no
“tríduo momesco”, pronto para ouvir os romances, as curiosidades, as brigas, as
polêmicas, os fatos que “quase ninguém ficou sabendo”. Período em que se respira
liberdade seja corporal ou ideológica, onde, para muitos nem o céu é o limite,
basta ter criatividade. É...”onde não há pecado, não há perdão” (faço aqui
alusão a um trecho de uma das canções de Caetano Veloso, na boa, adoro esta
frase, dá um efeito legal para quem ouve...).
As cinzas do Carnaval já se
anunciavam. O sol já se despedia. Eu percebia que os dias de Momo estavam
terminando. Fim de tarde de uma segunda-feira. Voltando para casa, depois de
uma série de procedimentos policiais como saldo de domingo movimentado.
Cansado... Estressado... Dolorido..., já dobrando a esquina, mas, quem resiste
a um beijo recheado de alegria e encantamentos atirado com a mão com destino
certo? Sorriso frouxo. Parei! Cadê o estresse? Sumiu. Cadê a dor? Tomou Doril.
Será que vou lá? Perguntei-me em voz baixa. Não vou! Vou? Não vou! De repente,
outro beijo atirado... Um Sorriso iluminado como um convite abençoado. De
repente... Mais sorrisos... Mais beijos atirados... Cores... Muitas cores.
Musica... Gente... Gente. Como dizem por estas bandas: “muita muage(m)”. Quer
saber, eu vou... Maquiavel que me perdoe, mas eu prefiro ser amado do que
temido...
Estava certo, fui recebido de braços abertos por rainhas, mas
lembrando de que o primeiro beijo que desencantou o sapo em príncipe foi jogado
pela Rainha Antonieta, também conhecida popularmente como DIDICA e naquele
castelo imaginário eu fui coroado igual num conto de fadas virei príncipe como
nos desenhos de minha sobrinha. Foi uma surpresa como as coisas foram
acontecendo: Coisas de Momo.
Entre Caras e Bocas nos
divertimos exaustivamente. Aquelas pessoas somente queriam que eu estivesse ali
junto a elas, despido de cargo, de poder, de hierarquia, vaidades e de
preconceitos. A noite chegou em festa e com ela vieram mais personagens com
outros timbres e risos. E a chuva?...Relaxa... Somente veio para abençoar e dar
um gosto a mais ao caldo quentinho servido.
- Posso tirar uma foto?
Perguntou-me a senhora.
- Claro. Respondi.
- Obrigada. Ela agradeceu.
- Eu que lhe agradeço pelo
carinho. Aliás, agradeço a DIDICA, pois se não fosse aquele sorriso contagiante
e o beijo atirado em minha direção, jamais estaria em vossas companhias, mas
sim, quieto num canto esperando as cinzas da quarta-feira.
- Posso tirar uma foto
também? Perguntou um casal
- Sim. Respondi.
- Eu também quero. Gritou
uma senhora lá no fundo.
- Bora. Chamei.
Como falava uma personagem
de Glória Perez: “Cada mergulho é um flash” até que nessa onda toda apareceu a
Rainha Antonieta tomada pela curiosidade com aquilo que eu segurava não mãos.
- Ei, Príncipeeeeeeee, o que
é isso aí cumprido? É tua espada? Perguntou DIDICA.
- Não. É meu PAU DE SELFIE.
- O
queeeeeeeeeeee???????????? – Curiosamente, ela me perguntou gritando.
- Vamos bater uma foto. Vou
te ensinar.
Mesma assustada com tamanha
modernidade, nós conseguimos bater algumas fotos divertidíssimas. Meio tortas e
outras desfocadas, entretanto, aproveitáveis.
- Agora todo mundo junto e
misturado, olhando para cima, contando 10 segundos, lá vai...
E.....Selfieeeeeeeee.
Às rainhas e foliões daquele
dia, em especial a dona Antonieta Gonçalves Diniz, muito obrigado pela diversão
e que outros dias memoráveis iguais a esses reinem em vocês, reinem em mim,
reinem em nós, sem que seja preciso esperar outros Carnavais.
Mas cuidemos também do
espírito, pois depois das Cinzas vem a Quaresma.
Para finalizar, só mais um
pouquinho, na folia, me despeço ao som de “Sassaricando”, à todos um abraçaço e
aquele beijo e bom fim de semana.
Sassaricando
Sassassaricando
Todo mundo leva a vida no
arame
Sassassaricando
A viúva, o brotinho e a
madame
O velho na porta da Colombo
É um assombro
Sassaricando
Sassassaricando
Todo mundo leva a vida no
arame
Sassassaricando
A viúva, o brotinho e a
madame
O velho na porta da Colombo
É um assombro
Sassaricando
Quem não tem seu sassarico
Sassarica mesmo só
Porque sem sassaricar
Essa vida é um nó
(Marchinha de Carnaval/
Compositor: Luiz Antonio, Oldemar Magalhães e Zé Mário)
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