sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

CRÔNICA DA SEMANA: A CARNEIRA

Pedro Buaz com o autor...
Todos nós sabemos que os animais não falam! Porém, cada bicho de acordo com a sua natureza emite sons, barulhos. Somos nós seres-humanos conforme nossos sentimentos que temos a mania de humanizar os bichos.
Então vamos a nossa história da semana.
Eram quase 6:00h da manhã de sábado e eu ouvia um som que estava longe, vindo da floresta do Hotel Presidente Médici. Som não, na verdade era um berro que cortava o silêncio.
- Bééééééééééééééé.
E eu abri a janela e olhava, olhava, olhava e não via nada. E de repente outro berro:
- Bééééééééééééééé.
Até que saí e com uma lanterna na mão eu fui atrás daquilo que me assustava e ao mesmo tempo me intrigava.
Ainda estava escuro parecia aqueles cenários do filme Sexta-Feira 13.  E quanto mais eu procurava, mais o berro me assombrava, contudo, não conseguia ver onde estava tal bicho. E o tempo estava passando, e eu andando e me cortando com os galhos e cascas das árvores, mas pouco me importava, eu queria mesmo descobrir o que estava acontecendo. Para completar meus óculos caíram no chão, e como achá-los com quase 7 graus de miopia. Desistir nada, continuei, estava armado e perigoso, numa mão a lanterna e na outra minha câmera digital. Sem ver nada, somente escutava o som, mas de repente um silêncio tumular. Pronto, agora f*****. Recuei para o prédio, fui buscar outro par de óculos. E já com o dia claro eu voltei para a floresta, onde achei meus óculos perdidos bem perto do bicho que quando me viu “disse”:

- Bééééééééééééééé.
Eu:
- Te achei. Então, é um Carneiro.
De repente aparece Pedro Buaz:
- Ei Doutor, o senhor está fotografando a minha carneira.
Eu:
- Uma carneira?
Ele:
- É uma carneira. E o Senhor está fotografando minha carneira para colocar no facebook, instagram, mandar em grupo de WhatsApp.
Eu fiquei olhando admirado para o Seu Pedro e pensando como ele está antenado nas redes sociais.
Ele:
- Olha Doutor, se o senhor publicar a minha carneira nas redes sociais terá que me pagar direitos autorais.
Eu:
- Vou torná-la famosa seu Pedro.

E enquanto o diálogo rolava ali na floresta, a carneira ficou muda. Totalmente muda e desconfiada.
Pedro Buaz:
- Bora tomar café doutor, deixa de bater foto da minha carneira.
Eu:
- Seu Pedro onde o senhor comprou essa carneira?

Ele:
- Ganhei. Um amigo meu me deu. Essa carneira sobreviveu ao ataque de uma onça.
Eu:
- Nossa! E agora a carneira enfrentou o delegado.
E seu Pedro caiu na gargalhada.
Eu:
-Seu Pedro, mate minha curiosidade, mas como é mesmo o nome da carneira?
Ele laconicamente respondeu:
- Bé!
Eu fazendo uma cara séria, perguntei:
- Bé?
Ele:
- É, Bé!
Eu:
- Bé? Só Bé? Bé de Bé?
Ele:
- É. Foi o nome que meus netos deram para a carneira. E eu gostei do nome dela. Bé de Bézinha.
E parecia que a carneira sabia que estávamos ali falando dela. Tanto é que de repente, ela deixou de ser muda e passou a berrar constantemente:
- Bééééééééééééééé, Bééééééééééééééé, Bééééééééééééééé, Bééééééééééééééé, Bééééééééééééééé, Bééééééééééééééé, Bééééééééééééééé, Bééééééééééééééé, Bééééééééééééééé, Bééééééééééééééé.
E a história acabou assim, com um Bééééééééééééééé da carneira Bé.
Realmente o nome da carneira não poderia ser outro.
Entre o real e o imaginário, entre a verdade e a fantasia aqui contada, entre tantos “bés”, o que eu já nem sei mais, encerro a crônica do dia. Um beijo à todos, fiquem com Deus. Ary Vital Filho.
Curiosidade:
“No cenário das estórias, das fábulas, aparece em 620 c.C., Esopo, que reuniu centena de contos de animais, repetindo os padrões de comportamento humano. Ele foi conhecido como o maior contador de estórias da antiguidade, foi dele a expressão : A Moral da Estória “.
O francês Jean de La Fontaine, no séc.XVII, foi conhecido como o maior historiador do mundo ocidental. Sua obra prima ”Fábulas” inspirada no mestre Esopo, mostrava a agressividade e a ignorância humana, através dos animais. Os chamados contos de fadas não existiam apenas para crianças, mas também para adultos. No início eles não foram escritos para crianças. Vários historiadores como Irmãos Grimm, Monteiro Lobato, e outros, se inspiraram nos animais. Alguns deles : O Gato de Botas , A Gata Borralheira, O Patinho Feio, O Rouxinol, A Pequena Sereia, A Bela e a Fera, O Leão e o Rato, Mamãe Ganso, Os Três Porquinhos , Mogli, o Menino Lobo, Bambi, Dumbo, Os Dálmatas, O Rei Leão, etc.”

Cada dia mais lindu...

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