Estudo entorpecido de chá
seja de camomila, de canela, verde, laranja, limão ou até de alho, mania antiga
de estudante secundarista, que esta até hoje impregnado em mim. Melhor época:
Anos 80. Fiz amigos de verdade. Amigos atemporais. Não havia esta história de
preconceito ou bullyng. Na verdade nem sabíamos o que era isso, mas, éramos
experts na chamada “encarnação”. Todo mundo se “encarnava”, tirava sarro, logo
em seguida vinha a “forra” e estava tudo resolvido. Nós mesmos éramos senhores
de nossas defesas, julgamentos e sentenças.
Ultimamente, estou lendo “A
psicanálise dos contos de fadas” de Bruno Bettelheim. Fantástico. A leitura tem
me ajudado muito, inclusive, os contos e análise de Bruno B., tem me trazido
uma maturidade psicológica, auxiliando-me aplicar ao meu dia-a-dia. Vejo nos textos uma radiografia das mais
famosas histórias para crianças, onde se aponta o seu verdadeiro significado,
mostrando os processos psicológicos que ocorrem no cérebro da criança ao se
deparar com os contos de fadas e as quão essas histórias são necessárias para o
seu desenvolvimento psicológico e social.
Lembro-me das programações
culturais realizadas pela Diretora Bemvinda e professora Rosita, no Colégio
Santa Emília, em que tínhamos contatos com estas histórias. Uma das minhas
preferidas era o “Soldadinho de Chumbo” escrita magnificamente por Hans
Christian Andersen no ano de 1838. Salvo
engano, o mesmo que escreveu “O patinho feio”. Filho de sapateiro e de uma
cozinheira, residentes no Reino Unido, procurava auxiliar na renda familiar
escrevendo textos e encenando com marionetes em praça, atraindo atenção de
crianças e adultos. Nunca entendi, por que o
“Soldadinho” e a “Bailarina” não tiveram um feliz. Eu seria mais generoso se
fossem minhas personagens. Gosto de finais, mas deste final tão trágico, não
gostei. Vamos lembrar a história: “um
menino, em seu aniversário, ganha uma caixa com 25 soldados feitos de estanho e
os alinha em cima de uma mesa. O último dos soldados tem apenas uma perna.
Perto, há uma bailarina de papel usando uma faixa onde há uma lantejoula, e ela se equilibra somente em uma perna, com os braços levantados. O soldado de uma perna só acredita que a bailarina também tem somente uma perna, e inicia um amor platônico. Naquela noite, um palhaço entre os outros brinquedos adverte o soldado para que ele pare de olhar para a bailarina, mas o soldado o ignora. No dia seguinte, o soldado cai do parapeito da janela [presumivelmente um trabalho do palhaço] e fica na calçada. Dois meninos encontram o soldado, o colocam num barquinho de papel e o lançam pela sarjeta. O barquinho cai no esgoto, onde um rato obriga o soldado a pagar um pedágio, mas o soldado continua navegando até cair num canal, onde é engolido por um peixe. Quando este é pescado e cortado, o soldado está na mesma casa de antes, e é colocado de volta próximo à bailarina. Inexplicavelmente, o menino joga o soldado no fogo. Um vento sopra e derruba a bailarina também no fogo; ela é consumida instantaneamente, somente restando a lantejoula. O soldado derrete numa poça em forma de coração”. Fato este que me incomodava até uns dias, até que, recentemente, fui entender: Hans apresentava no seu teatro peças clássicas, tendo chegado a memorizar muitas peças de Shakespeare, que encenava com seus brinquedos. Taí a influência de Shakespeare. Nada contra Shakespeare. Amo tudo que ele escreveu e que pude ter contato. O filme “Shakespeare apaixonado”, já sei até algumas falas em inglês.
Perto, há uma bailarina de papel usando uma faixa onde há uma lantejoula, e ela se equilibra somente em uma perna, com os braços levantados. O soldado de uma perna só acredita que a bailarina também tem somente uma perna, e inicia um amor platônico. Naquela noite, um palhaço entre os outros brinquedos adverte o soldado para que ele pare de olhar para a bailarina, mas o soldado o ignora. No dia seguinte, o soldado cai do parapeito da janela [presumivelmente um trabalho do palhaço] e fica na calçada. Dois meninos encontram o soldado, o colocam num barquinho de papel e o lançam pela sarjeta. O barquinho cai no esgoto, onde um rato obriga o soldado a pagar um pedágio, mas o soldado continua navegando até cair num canal, onde é engolido por um peixe. Quando este é pescado e cortado, o soldado está na mesma casa de antes, e é colocado de volta próximo à bailarina. Inexplicavelmente, o menino joga o soldado no fogo. Um vento sopra e derruba a bailarina também no fogo; ela é consumida instantaneamente, somente restando a lantejoula. O soldado derrete numa poça em forma de coração”. Fato este que me incomodava até uns dias, até que, recentemente, fui entender: Hans apresentava no seu teatro peças clássicas, tendo chegado a memorizar muitas peças de Shakespeare, que encenava com seus brinquedos. Taí a influência de Shakespeare. Nada contra Shakespeare. Amo tudo que ele escreveu e que pude ter contato. O filme “Shakespeare apaixonado”, já sei até algumas falas em inglês.
Toda vez que releio a saga
do soldadinho de chumbo para ficar com a bailarina, eu não me conformo com o
final. A simbologia foi linda, mas, vê-los morrer no fogo... Isso me incomodou tanto, que há 14 anos, eu também escrevi uma
história cheia de simbolismo, inspirada
em muita coisa que eu li, presenciei, chorei e me divertir com amigos e
familiares, cuja temática também é o
amor, a coragem, a determinação e um
belo Final Feliz e que me perdoe Shakespeare, com toda minha ignorância, mas,
procurei nesta história reinventar o amor.
Bem, bom sábado para vocês. Preparando mais um chá para a próxima da semana que vem.
Bem, bom sábado para vocês. Preparando mais um chá para a próxima da semana que vem.
Nota:
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