Orla |
Catedral Metropolitana |
Hoje Santarém está
comemorando 355 anos. Por ter nascido, e ainda ter meus familiares residindo
naquela maravilhosa cidade, também venho prestar minha homenagem ao lugar o
qual vivi minha infância e relembro dos momentos felizes pelo qual passei. Do
Google peguei fotografias e o vídeo com belas imagens, e com meu amigo Ray Brito cantando uma
das mais belas músicas em homenagem a nossa terra querida; do face, mais uma
vez, usufruo da crônica do “poeta da casa”, o tio /cunhado Emanuel Fugueira:
Hoje, faço das minhas reminiscências uma homenagem a "Terra Querida":
Desde os Tupaius (ou
Tapajós) até hoje ela segue bonita, apesar das mudanças promovidas pelo tempo.
Museu João Fona |
Busco na minha memória as
lembranças de um passado longínquo e vislumbro as pequenas casas de madeira,
lado a lado; as casas de comércio, que vendiam produtos industrializados, e
aquelas que compravam variedades das especiarias amazônicas para revender; as
canoas dos pescadores fundeadas com uma pedra como âncora; os poucos barcos a
motor que passavam em frente à cidade; o trapiche; os navios ao largo com as
catraias indo e vindo...
Existia o Castelo, onde, nos
dias nublados ou nas tardes ensolaradas do verão amazônico, ouviam-se anúncios,
propagandas e música.
Havia Isoca, Wildes,
Rodrigues dos Santos, Felisbelo Sussuarana, Dom Tiago, o irmão Jose Ricardo...
Porto |
A velha Matriz, como um
gigante ancestral, sobressaía no espaço sem prédios altos ou torres de comunicação.
As ondas curtas da Rádio Clube de Santarém transmitiam o programa “A hora da
onça beber água”. E, depois de um tempo, as ondas médias da Radio Rural levavam
notícias ao mais longínquo lugar deste Oeste do Pará.
Os bairros Aldeia e Prainha
vangloriavam-se, pacificamente, do que eram.
São Francisco e São Raimundo
eram as paixões dos desportistas. Veterano e Morango faziam a festa nas tardes
de domingo, em disputas memoráveis no bairro da Aldeia.
Antes, o desenho frontal da
cidade era feito de praias. Belas praias!
Orla |
Durante a enchente esse
desenho sumia, e, naturalmente, a água chegava às portas das casas que ficavam
na frente da cidade, adentrava nas ruas sem asfalto, molhando a areia e fazendo
a diversão das crianças e dos adultos; durante o verão, como um negócio
pré-acertado, a água descia, dando lugar novamente às praias e aos campos de
futebol improvisados. Toda tarde, várias turmas formavam seus times e brincavam
até o anoitecer para, em seguida, em corridas de porfia, jogarem-se nas águas
límpidas do velho Tapajós.
A vida era mais curta, sem a
magia da web. Havia apenas um cinema. As roupas de marca eram poucas e sem
apelação consumista. Assim, a vida seguia simples e própria para aquele tempo.
Tudo era diferente, porém, creio eu, inerente àqueles dias.
Santarém, desde sua mais
tenra idade, acolheu muito bem todos que aqui chegaram para buscar melhorias,
para conhecer ou para passear. Naquela época, depois da Capital, era a cidade
que oferecia mais oportunidade para melhorar de vida. E foi assim que muitos
vieram e por aqui ficaram.Ainda hoje, depois de
conhecer Santarém, muitos retornam para ficar, apaixonados pela vida pacata,
pelas nossas florestas, pelos dois rios, pelos igarapés, pelas praias e pela
Virgem da Conceição. Aqui desenvolvem seus trabalhos, constituem suas famílias
e, por criar esses vínculos, permanecem nesta cidade como filhos adotivos.
O povo assim mesclado
evoluiu, construiu, transformou e fez o que a "Pérola do Tapajós" é
hoje.
São 355 anos para minha
Santarém
E hoje, mais uma vez
envaidecido, mocorongo ou santareno, sou como todos os filhos que amam esta
terra e "não permitem que ninguém fale mal de Santarém”.
VIVA
NOSSA PÉROLA DO TAPAJÓS!
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