Na época em que os
portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão-de-obra para a
realização de trabalhos manuais. Diante disso, eles procuraram usar o trabalho
dos índios nas lavouras; entretanto, esta escravidão não pôde ser levada
adiante, pois os religiosos católicos se colocaram em defesa dos índios
condenando sua escravidão. Assim, os portugueses passaram a fazer o mesmo que
os demais europeus daquela época. Eles foram à busca de negros na África para
submetê-los ao trabalho escravo em sua colônia. Deu-se, assim, a entrada dos
escravos no Brasil. De acordo com historiadores, entre 1530 e 1850, cerca de
3,5 milhões de negros africanos foram trazidos para o Brasil para trabalharem
como escravos.
Processo
de abolição da escravatura no Brasil
Os negros, trazidos do
continente Africano, eram transportados dentro dos porões dos navios negreiros.
Devido as péssimas condições deste meio de transporte, muitos deles morriam
durante a viagem. Após o desembarque eles eram comprados por fazendeiros e
senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e desumana.
Apesar desta prática ser
considerada “normal” do ponto de vista da maioria, havia aqueles que eram
contra este tipo de abuso. Estes eram os abolicionistas (grupo formado por
literatos, religiosos, políticos e pessoas do povo); contudo, esta prática
permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve a escravidão por
um longo período foi o econômico. A economia do país contava somente com o
trabalho escravo para realizar as tarefas da roça e outras tão pesadas quanto
estas. As providências para a libertação dos escravos deveriam ser tomadas
lentamente
A partir de 1870, a região
Sul do Brasil passou a empregar assalariados brasileiros e imigrantes
estrangeiros; no Norte, as usinas substituíram os primitivos engenhos, fato que
permitiu a utilização de um número menor de escravos. Já nas principais
cidades, era grande o desejo do surgimento de indústrias. Visando não causar
prejuízo aos proprietários, o governo, pressionado pela Inglaterra, foi
alcançando seus objetivos aos poucos. O primeiro passo foi dado em 1850, com a
extinção do tráfico negreiro. Vinte anos mais tarde, foi declarada a Lei do
Ventre-Livre (de 28 de setembro de 1871). Esta lei tornava livres os filhos de
escravos que nascessem a partir de sua promulgação.
Em 1885, foi aprovada a lei
Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários que beneficiava os negros de mais de 65
anos. Foi em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que liberdade total
finalmente foi alcançada pelos negros no Brasil. Esta lei, assinada pela
Princesa Isabel, abolia de vez a escravidão no Brasil.
A
vida dos negros brasileiros após a abolição
Após a abolição, a vida dos
negros brasileiros continuou muito difícil. O estado brasileiro não se
preocupou em oferecer condições para que os ex-escravos pudessem ser integrados
no mercado de trabalho formal e assalariados. Muitos setores da elite brasileira
continuaram com o preconceito. Prova disso, foi à preferência pela mão-de-obra européia,
que aumentou muito no Brasil após a abolição. Portanto, a maioria dos negros
encontrou grandes dificuldades para conseguir empregos e manter uma vida com o
mínimo de condições necessárias (moradia e educação principalmente). CLICANDO ABAIXO, VEJA TAMBÉM: POR
QUE OS NEGROS NÃO COMEMORAM O 13 DE MAIO, DIA DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA?
Informações e figuras, extraídas do Google.
POR
QUE OS NEGROS NÃO COMEMORAM O 13 DE MAIO, DIA DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA?
A Lei Áurea foi assinada
pela princesa Isabel em 1888
A Lei Áurea, que aboliu
oficialmente a escravidão no Brasil, foi assinada em 13 de maio de 1888. A
data, no entanto, não é comemorada pelo movimento negro. A razão é o tratamento
dispensado aos que se tornaram ex-escravos no País. “Naquele momento, faltou
criar as condições para que a população negra pudesse ter um tipo de inserção
mais digna na sociedade”, disse Luiza Bairros, ex-ministra da Secretaria de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
Após o fim da escravidão, de
acordo com o sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995), em sua obra "A
integração do negro na sociedade de classes", de 1964, as classes
dominantes não contribuíram para a inserção dos ex-escravos no novo formato de
trabalho.
“Os senhores foram eximidos
da responsabilidade pela manutenção e segurança dos libertos, sem que o Estado,
a Igreja ou qualquer outra instituição assumisse encargos especiais, que
tivessem por objeto prepará-los para o novo regime de organização da vida e do
trabalho”, diz o texto.
De acordo com a Bairros,
houve, então, um debate sobre a necessidade de prover algum recurso à população
recém-saída da condição de escrava. Esse recurso, que seria o acesso à terra,
importante para que as famílias iniciassem uma nova vida, não foi concedido aos
negros. Mesmo o já precário espaço no mercado de trabalho que era ocupado por
essa população passou a ser destinado a trabalhadores brancos ou estrangeiros,
conforme Luiza Bairros.
Integrante da União de
Negros pela Igualdade (Unegro), Alexandre Braga explica que “O 13 de maio
entrou para o calendário da história do país, então não tem como negar o fato.
Agora, para o movimento negro, essa data é algo a ser reelaborado, porque houve
uma abolição formal, mas os negros continuaram excluídos do processo social”.
“Essa data é, desde o início
dos anos 80, considerada pelo movimento negro como um dia nacional de luta
contra o racismo. Exatamente para chamar atenção da sociedade para mostrar que
a abolição legal da escravidão não garantiu condições reais de participação na
sociedade para a população negra no Brasil”, completou a ex-ministra.
Ela defende, porém, que as
mudanças nesse cenário de exclusão e discriminação estão acontecendo. “Nos
últimos anos, o governo adotou um conjuntos de políticas sociais que, aliadas à
política de valorização do salário mínimo, criou condições de aumento da renda
na população negra”.
Inclusão
do negro ainda é meta
Apesar dessas políticas,
tanto a ex-ministra quanto Braga entendem que ainda há muito por fazer.
O representante da Unegro
cita algumas das expressões do racismo e da desigualdade, no país: “No Congresso,
menos de 9% dos parlamentares são negros, enquanto que a população que se
declara negra, no Brasil, chega a 51%. Estamos vendo também manifestações de
racismo nos esportes, principalmente no futebol. Ainda temos muito a caminhar”.
“Ainda estamos tentando
recuperar a forma traumática como essa abolição aconteceu, deixando a população
negra à sua própria sorte. Como os negros partiram de um patamar muito baixo,
teremos que acelerar esse processo com ações afirmativas, para que possamos
sentir uma diminuição mais significativa das desigualdades”, explicou Bairros.
Parabéns pela publicação meu amigo. Em um país extremamente racista, em suas ações institucionais, refletido no dia a dia do negro por repetição e vícios e praticas discriminatórias, neonazistas, como é o caso do extermínio da juventude negra, muitas vezes praticada por cidadãos que não são capazes de compreender o mínimo do contexto histórico de nossa miscigenação e que agem dentro da estrutura do estado com aparato e corporativismo.
ResponderExcluirMesmo com uma população composta de mais da metade de pretos e pardos e um histórico cabuloso de opressão ao povo negro e em virtude das turbulências nacional, evidenciam-se nas redes sociais e na vida um discurso e práticas de negação às políticas públicas de acesso e equiparação de oportunidade, fundamentado no ódio e na FALSA IDÉIA DE DEMOCRACIA RACIAL.
Sua publicação revela sua sensibilidade, discernimento, lucidez e equilíbrio. Se manifestar em uma data tão emblemática e descarada da forma institucional de se praticar racismo, que esse nosso pais DEMOCRÁTICO assume sem medo de perpetuar esse erro humanitário de mais de 500 anos.
Axé.
Parabéns pela publicação meu amigo. Em um país extremamente racista, em suas ações institucionais, refletido no dia a dia do negro por repetição e vícios e praticas discriminatórias, neonazistas, como é o caso do extermínio da juventude negra, muitas vezes praticada por cidadãos que não são capazes de compreender o mínimo do contexto histórico de nossa miscigenação e que agem dentro da estrutura do estado com aparato e corporativismo.
ResponderExcluirMesmo com uma população composta de mais da metade de pretos e pardos e um histórico cabuloso de opressão ao povo negro e em virtude das turbulências nacional, evidenciam-se nas redes sociais e na vida um discurso e práticas de negação às políticas públicas de acesso e equiparação de oportunidade, fundamentado no ódio e na FALSA IDÉIA DE DEMOCRACIA RACIAL.
Sua publicação revela sua sensibilidade, discernimento, lucidez e equilíbrio. Se manifestar em uma data tão emblemática e descarada da forma institucional de se praticar racismo, que esse nosso pais DEMOCRÁTICO assume sem medo de perpetuar esse erro humanitário de mais de 500 anos.
Axé.