sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

CRÔNICA DA SEMANA: VAI UM ITUZINHO AÍ?

Senhor Elizeu e Ary Vital
Vinte e dois de janeiro de 2016. Eram 13hs, estava na praça da rodoviária. Do nada paro. Olho para o tempo. Tenho esses momentos, só meus, em que me perco “num instante que não para”. Respiro. Penso: "Quanta loucura, tanta coisa boa está acontecendo. Tive que vim para Rurópolis para realizar meus sonhos"
Há 15 anos um sonho estava engavetado e agora se materializa. A história de um Coração Tatuado sai do papel e cria vida. Salta o mundo. Elegi o ano de 2016 para realizar meus sonhos. Ser bobo, ser poético, ser louco aos olhos de muitos. Seguir as linhas do meu coração e pegar o Caminho das estrelas.  Fazer o que mais gosto: Escrever, encantar, confundir criação e criador, vice-versa. Sonhar. Um sonho não se nega a ninguém, jamais! Essa lição eu aprendi numa padaria.
Primeiro selfie o senhor Elizeu se atrapalhou
Certa vez vi uma criança de rua olhando a vitrine de uma panificadora e tocando no vidro em direção de um doce. O atendente viu aquela cena, mas ignorou. O menino estava se deliciando com aquela guloseima. E antes que eu intervisse, uma senhora se aproximou com uns reais na mão e disse: “Meu senhor, por favor, veja um sonho para essa criança. Esse não, o maior que tiver aí, afinal um sonho não se nega a ninguém”. E ela entregou para o menino e ele saiu correndo com seu sonho nas mãos. Segurando firme para não deixá-lo cair. Foi o ato mais poético e inspirador que vi na vida e não esqueço. E até me questiono: “Quantos sonhos me neguei?” e “Quantos sonhos ainda estão presos numa vitrine? E o que me resta?”
E andando pela praça,  trocando passos com a solidão e pensamentos vagos, vejo vindo em minha direção, em passos largos, com seu carrinho vermelho e um imenso sorriso no rosto, dizendo:
- Doutor, quanto tempo. Pensei que o bacharel tivesse ido embora. Estava triste.
- Elizeu, meu amigo. Quanto tempo. Precisava falar com o senhor. Tenho novidades.
 - Pois não Doutor, estou sempre por aqui. Vossa Excelência que sumiu.
-Nada. Tô aqui com vocês e já faz nove anos, Elizeu. Quero lhe informar que em breve eu, 
Senhor Elizeu - O homem do Ituzinho

você e sua história estaremos numa revista. O senhor permite?
Ele com um sorriso animado falou: - A crônica, né.
- Sim. A crônica que saiu no blog do Marinho.
- Claro que permito. Mas tem tanto tempo.
Eu disse:
- Mas ainda repercute. Assim como música boa. Crônica que emociona não tempo.
Ele arrumando o boné me falou:
- Claro doutor, me sinto honrado. A publicação da história mudou minha vida.
- Mudou a nossa. Parece resgate de outras vidas. Redenção. Eu, certamente, tinha alguma dívida com o senhor, momento de resgate, aqui e agora, no presente.
- Que isso Doutor. O senhor é uma pessoa boa. Mudou tanto o rumo de tudo por aqui, e vai um ituzinho aí?
Por horas, eu me rendi mais uma vez a conversa dele. Chamava atenção de quem passava, até a mulher que vendia farinha parou para ver o que estava ocorrendo.
- Elizeu, o velho do ituzinho. De Rurópolis para o mundo. Tenho que ir. Abraços. E para não perder o costume, vamos tirar nossa foto, depois 2 anos.
E ele mais uma vez me surpreendeu: - Doutor, isso não é uma Selfie? A gente só não tira foto com pessoas importantes? Ninguém nunca tirou uma Selfie comigo. É a primeira vez.
E eu:
- Poxa Elizeu já queres fazer eu chorar rapaz? Mas não vou. Vai estragar a Selfie. Bocó é quem não tira Selfie com o senhor. Ícone de nossa cidade.
E ele:
- Doutor Ary, quando viajar não se demores. Parece já que fazes parte da cidade. O senhor foi a primeira pessoa que escreveu sobre mim e agora tirou minha primeira Selfie. Sempre aprontando com a gente.
- Eu? Vocês que aprontam comigo. Vira a página.
Bom encerrar a semana desta forma com um sorriso no rosto, em paz consigo e com o próximo.

Entre o real e o imaginário, a verdade e a fantasia, o que nem eu nem mais sei, encerro a crônica da semana. Fiquem com Deus.
Em tempo:

"Agradeço o acesso a Crônica Elizeu, O velho do Ituzinho. Em breve, publicada em revista de grande circulação em Belém". Obrigado Helder Marinho por todo o cuidado e carinho com elas. Foste um verdadeiro guardião. Hoje elas ganham o Estado. Muito obrigado Ana Cardoso pelas fotos e toda sua sensibilidade. És uma artista. Raeudson, obrigado pela idealização da capa do livro "Coração Tatuado". Obrigado a todos os Ruropolenses por suas histórias a mim confiadas. Eu que realizei um Sonho".


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