Amanhã,
dia 25
de outubro é o estabelecido para comemorar o Dia Nacional do Cirurgião Dentista. Nesse dia, queremos
parabenizar os nossos cirurgiões: Doutora Ivana
Lemos, Doutora Taise Sousa Pamplona
da Silva e o doutor Carlos Abicht,
todos prestando serviços profissionais em nossa cidade. Parabéns a todos, e que
o Homem lá de cima, lhes mostrem o caminho, para que sempre façam jus ao título
e ao “canudo” que receberam. Nosso humilde
blog, no dia 25 de abril de 2013, já fez uma homenagem à Doutora Ivana Lemos
intitulada “DOUTORA IVANA LEMOS NO
PRATAS DA CASA”, hoje, vamos reeditar a matéria homenageando-a novamente,
primeiro por ter nascido neste município, estudado e voltado para prestar
serviço no lugar onde nasceu; segundo, por ser o dia 25 de outubro, Dia
Nacional do Cirurgião Dentista.
Primeiro veja um pouco da História: Um dentista, cirurgião-dentista é
o profissional da saúde capacitado
na área de odontologia, e apesar de terem um âmbito de ação semelhante,
não deve ser confundido com o médico estomatologista. A atividade pode ser
executada em consultório próprio ou em âmbito público. Nos dias atuais o
cirurgião-dentista sai da faculdade voltada para a prevenção, graças à
intervenção dos ministérios da Saúde e da Educação que dão um valor maior as
faculdades que optam pelo eixo da saúde coletiva.
O dentista forma-se em faculdade como cirurgião-dentista, ele pode optar por
várias especialidades tais quais: Ortodontia, odontopediatria, odontogeriatria, pacientes especiais, endodontia, periodontia, cirurgia, traumatologia bucomaxilofacial (CTBMF),
dentística, saúde coletiva, odontologia legal, radiologia
odontológica. O cirurgião-dentista é único o profissional da saúde
do Brasil que se encontra cientificamente e legalmente apto
para tratar as alterações do sistema estomatognático e
estruturas anexas, sejam alterações congênitas ou adquiridas. No Brasil,
o Dia Nacional do Cirurgião-Dentista foi estabelecido como 25 de outubro, quando se comemora a criação da primeira
faculdade de odontologia (Medicina e Arte Dentária), na Bahia.
Dra. Taíse e filho |
Santa Apolônia, em cujo martírio sofreu fraturas de ossos faciais
e de elementos dentais, é padroeira dos dentistas. Até o século
XIX a prática da odontologia era efetuada por cirurgiões e barbeiros, quando
físicos e médicos europeus começaram a exercer a profissão no Brasil. As
atividades resumiam-se à extração dos dentes sem anestesia (não havia sido
inventada), curativo de fístulas dentárias, tratamento das cáries com aplicação
de remédios tópicos. Contudo, ainda no século XVIII dentes extraídos já eram
substituídos por postiços, presos aos naturais com grampos de metal. Os
postiços eram humanos ou talhados em osso, marfim ou massa endurecida. Os de
porcelana só apareceram no século XIX, juntamente com o preenchimento das
cáries com chumbo, aplicação de pivôs e dentaduras. A profissão está ligada à
história brasileira devido ao alferes Joaquim José da Silva Xavier, devido à
sua atuação na Inconfidência Mineira. Veja na íntegra a reedição da matéria: "DOUTORA IVANA LEMOS NO PRATAS DA CASA", clicando abaixo.
Ajuda: Google e face
DOUTORA IVANA LEMOS NO PRATAS DA CASA
Como prometemos, a Prata da Casa do mês é a cirurgiã dentista Ivana Lemos. Queremos agradecer a
confiança depositada pelos profissionais que por aqui passaram, e hoje agradeço
a consideração prestada pela Doutora Ivana, pois apesar de seus inúmeros
afazeres, conseguiu um tempo para nos atender, para contar um pouco de sua
história (e estória). Espero que o descrito abaixo, sirva de exemplo para
muitos que ainda não se encontraram. Jovens que tem todas as condições, mas não
sabem o que fazer de suas vidas. Para esses jovens, peço que deem atenção ao PRATAS DA CASA, pois já tivemos o
Doutor Plínio Tsuji e os “Filhos de Miguel”, contando suas histórias, e hoje,
estamos com a Doutora Ivana contando o quanto foi árdua sua luta para chegar
onde se encontra.
Doutora Ivana e seu pai Valdimir Fonseca (Louro) |
Meu
Nome é Ivana Lemos, sou cirurgiã-dentista, graduada pela Universidade Federal
do Pará. Nasci no Hospital Municipal de Rurópolis em 30 de agosto de 1982 e
nessa cidade passei a minha infância e adolescência. Cursei o maternal no
Colégio Adventista e o ensino fundamental na Escola Eurico Valle. Aos 15 anos
fui estudar em Santarém, no colégio Dom Amando.
Sou
uma dos quatro filhos de Maria Nazaré da Silva Lemos, a Naza e Valdimir Fonseca
Lemos, o Louro. Sou casada e mãe de dois
filhos lindos – Luísa e Davi. Relato a seguir um pouco da minha vida de
estudante.
Nossa,
como é difícil começar esse relato. Primeiro porque as ideias ficam
embaralhadas; segundo porque quando penso em começar meus olhos se enchem de
lágrimas em uma mistura de emoções que não sei definir ao certo o que é... Não
é tristeza, também não é só alegria (risos)... É muita saudade, gratidão,
superação, perseverança...
Poderia
fazer esse breve relato em forma de comédia, de certo muitos rolariam de rir.
Poderia ainda fazer um relato dramático. Não tenho dúvidas que muitos chorariam
copiosamente ao ler. Talvez até desse uma história de aventuras, pois não foram
poucas as tempestades que tive que enfrentar.
Doutora Ivana com seus pais Louro e Naza |
Contudo,
o meu desejo é que seja um relato de agradecimento. Sou desmedidamente grata por
tudo que meu maravilhoso Deus me permitiu viver e por todas as coisas e pessoas
brilhantes que Ele colocou em minha vida.
Ainda
muito jovem deixei a casa de meus pais para buscar um sonho aparentemente
impossível e distante de minha realidade – minha formação profissional.
Inicialmente,
gostaria de agradecer ao meu avô “Joao Piano”. Em busca de dias melhores ele
trouxe os filhos ainda pequenos para uma terra cheia de promessas e poucas
verdades. Foi um dos primeiros colonos a ser “despejado” nesta sofrida Transamazônica.
Com
um coração enorme e com a coragem do espírito nordestino que não se abala nem
mesmo com as grandes secas ele fez história no Pará. Um homem simples e que
embora analfabeto reconhecia a
importância da educação na vida de seus filhos.
Com muito sacrifício batalhou para que eles saíssem da roça para estudar
na cidade.
Lembro-me
que durante as férias, quando já cursava o segundo grau, todas às vezes o vovô
Piano me chamava para sentar ao seu lado e então perguntava: “seu nani”, você já sabe ler? E eu respondia com todo
entusiasmo ( como se fosse a primeira vez que respondesse!!!!): sei sim vovô,
eu já sei ler... Nesse momento eu podia ver a satisfação e brilho nos olhos
dele.
Aos
meus pais por renunciar tudo em favor de mim e meus irmãos. Muito obrigada por
essa doação sem limites que fizeram das suas vidas em favor das nossas. Amor
incondicional, que apenas dá e não pede nada em troca.
À
minha querida mãe. Eu não teria ido à esquina se ela não tivesse confiado em
mim, se não tivesse me estendido a mão, se não tivesse me acompanhado com tanta
dedicação, se não tivesse se despido de todo seu orgulho e passado por cima de
todos os seus medos e me deixado partir ainda tão criança.
Em
nome da tia Maria, que me ensinou as primeiras letrinhas, meu agradecimento a
todos os professores do Colégio Adventista. Sua doçura e seu sorriso sempre me
acompanharam. Em nome dos professores Eunice, Antônia e Jafé gostaria de
agradecer a todos os meus professores da Escola Eurico Valle. Tenho muito
orgulho de ter feito parte dessa escola. Todos foram especiais em minha vida...
Doutora Ivana e Secretária, na recepção de sua clínica |
Em
1997, quando contava com apenas 15 anos, Rurópolis ficou pequena para os meus
sonhos. Mas não bastava só sonhar, tinha que arregaçar as mangar e ir à luta. Assim
o fiz. Convenci meus pais que tinha que estudar em Santarém e sem pensarmos bem
se tínhamos ou não condições de ir eu fui...
Comecei
morando com alguns amigos e dividindo as despesas. Logo no primeiro mês a
realidade bateu a porta, não teríamos condições de pagar as despesas da casa e
do colégio.
Encontrei
um pessoal de Rurópolis que estava morando em Santarém que me convidou para
morar na casa deles. Como as despesas seriam menores aceitei. Mesmo as despesas
tendo diminuído não estávamos conseguindo pagar o colégio. As mensalidades
atrasadas foram acumulando, e quando não dava mais para manter fomos conversar
com o irmão José Ricardo, que devido as minhas boas notas concedeu-me meia
bolsa.
Nesse
meio tempo ainda me mudei várias vezes, sempre enfrentando grandes adversidades
e muita dificuldade financeira.
Após
certo tempo, já não conseguíamos pagar sequer a meia bolsa no colégio. Foi um
momento muito difícil, pois eu não tinha onde morar. Foi quando a tia Cleide
que trabalhava como servente na escola e que cuidava sozinha de uma amiga - a
Poly - e de mais três filhas me convidou para morar com ela. Sabia de todo meu sofrimento
e da minha dedicação e em razão disso foi conversar com o irmão José Ricardo,
que me concedeu uma bolsa integral no Colégio.
Nossa como fiquei feliz!
Apesar
de toda sua boa vontade não poderia ser mais um problema pra ela... Foi quando
outra amiga, já no terceiro ano, me convidou para morar na casa dela, fiquei um
tempo lá, ela apresentou problemas psicológicos que ficaram difíceis de serem
administrados.
A
esta altura todo mundo do colégio já acompanhava minha “saga”. Foi quando a
”Mimi”, minha professora de química, me chamou para morar na casa dela. Ela
abriu não só a porta da sua casa, mas também
escancarou o seu imenso coração. Ganhei outra mãe, outro anjo iluminado que
nunca mais soltou a minha mão. Mimi, você é um presente de Deus, muito obrigada
por cuidar tão bem de mim e dos meus irmãos.
Doutora Ivana em seu consultório particular |
Mesmo
com todas as adversidades, no terceiro ano fui a aluna com o maior coeficiente
de rendimento. Em nome da professora Hecilda agradeço a todos os mestres
maravilhosos que tive nesse Colégio. Muito obrigada por todos que acreditaram
em mim... Que lutaram bravamente ao meu lado e muitas vezes me carregaram no
colo.
Foram
três anos de muito conhecimento e realizações.
Irmão José Ricardo, muito obrigada pela oportunidade e pelo exemplo de
sabedoria nestes muitos anos dedicados ao Colégio Dom Amando.
Quando
terminei o terceiro ano em Santarém, meus sonhos iam além... Agora a despesa
havia aumentado, meu irmão mais velho, Vladimir, estudando em Castanhal e a
caçula Larissa vindo morar na casa da Mimi e fazer o primeiro ano. Meus pais,
sem medir esforços, fizeram o impossível para que seguíssemos nosso caminho, sempre
acreditando na gente e lutando por um futuro melhor.
A
partir de então decidi que prestaria vestibular para Belém. Fiquei com medo de não passar para o curso
que realmente queria. Prestei então para enfermagem e psicologia, sendo
aprovada em ambos. Persisti mais uma vez e no ano seguinte fui aprovada para o
tão sonhado curso de odontologia na Universidade Federal do Pará.
A
vida em Belém também não foi fácil. Como não conseguia pagar aluguel mudei
algumas vezes ainda, da casa do estudante do Pará à casa de algumas pessoas
muito especiais as quais sinto imensurável gratidão. Gostaria de agradecer a
todos que me acolheram: tia Lenina, tia Rosa, e minha amiga Rosângela - que
sempre dividiu o pouco que tinha comigo, até uma pipoca pantera na hora do
almoço... (risos).
Até
eu já cansei de tantas mudanças imagine quem tá lendo hein? Vamos pular algumas
então... Como mencionei linhas atrás, Mimi (minha professora em Santarém)
alugou um apartamento em Belém, uma vez que o seu filho Thiago e Larissa (minha
vida) também estavam indo fazer faculdade em Belém. Fomos morar juntos. Ficamos muito felizes, agora tinha um canto
realmente meu. Apesar de passar quase um ano sem ventilador - no calor infernal
de Belém - fomos muito felizes lá...
Realmente
não foi fácil, passei muitas privações. Morei em uma casa que a dona só faziam
almoço depois que eu saia para a escola; outra que ficava contando o tempo que
eu ficava no chuveiro para ver o quanto de água gastaria; outra onde não podia
ligar o ventilador para não gastar energia; teve outra que tinha que esperar
todos jantar para então comer e lavar as louças. Aliado a tudo isso, não posso
deixar de relatar as longas distâncias que percorri para economizar o dinheiro
com transporte. Mas são coisas que
prefiro apagar da memória, pois um ou outro me fechou a porta, mas teve uma
dezena que me estendeu a mão.
Com
todas as dificuldades nunca perdi o foco. Sempre estudei muito. Em março de
2007 finalmente fui graduada como cirurgiã-dentista! Há poucos dias uma grande
amiga me escreveu: “Querida amiga, muito obrigada. Com você aprendi umas das
minhas maiores virtudes hoje: dar o melhor de mim em tudo que me proponho a
fazer.” Para mim, acho que é assim que você consegue ter sucesso na vida, seja
qual for o caminhar que decida seguir. Eu realmente sempre dei o melhor de mim.
Doutora Ivana em atendimento a uma cliente |
Depois
de formada escolhi retornar e prestar serviço em minha cidade natal, pois sabia
da grande necessidade e carência da população. E foi com o espírito de que
ainda podia mudar o mundo é que cheguei aqui...
Hoje
sou uma pessoal realizada pessoalmente e profissionalmente. Sempre acreditei
que dinheiro não é o maior objetivo, mas a consequência de um bom trabalho. Ele
nunca foi a lanterna que guiou meus sonhos. O que me guiou foi a vontade de
fazer a diferença na história da minha família, dos meus amigos e da minha
cidade.
Eu realmente
fico muito feliz quando chego para dar palestra em alguma escola e uma criança
me pergunta com os olhos brilhando e cheios de esperança: tia é verdade que
você estudou aqui? Dar esperanças a uma
criança de que ela pode mudar a sua vida com a força de seus sonhos é mais
gratificante que muita riqueza material.
Ainda
tenho muitos anseios em relação a minha profissão. Espero que possamos ter um
futuro com sorrisos mais saudáveis; que menos crianças sejam mutiladas; que
menos dentes sejam removidos; que menos pessoas usem “dentaduras”. Para isso acredito em um serviço público de
qualidade, e na valorização de medidas de promoção e prevenção da saúde bucal.
Temos lutado e defendido isso em nosso município...
Felizmente
temos muitas histórias para ouvir aqui nesse espaço do blog. Temos muitos
filhos de Rurópolis com história de superação e capacidade de trabalho. Espero
que nossa cidade possa acolher, valorizar e apoiar cada vez mais as pratas da
casa. Rurópolis precisa muito de nós!!!
Precisa da coragem e disposição de seus jovens. Meu agradecimento pelo reconhecimento e oportunidade
de relatar a minha história de vida.
Vivo
assim, amando meu trabalho, me desdobrando para ser a melhor mãe, a melhor
profissional, a melhor esposa, a melhor filha, a melhor irmã e a melhor amiga -
meus defeitos são inumeráveis, mas sempre tento fazer e ser o melhor que posso
com muito amor e dedicação. Acredito que Rurópolis possa dar um futuro melhor
para seus jovens, e tenho mundo orgulho de fazer parte desta história.
“O
impossível não existe. É apenas uma grande palavra usada por gente fraca, que
prefere viver no mundo como ele está, em vez de usar o poder que tem para
mudá-lo ou melhorá-lo.
Impossível
não é um fato. É uma opinião.
Impossível
não é uma declaração. É um desafio.
Impossível
é hipotético.
Impossível
é relativo.
O
impossível é temporário…” Mohammad Ali
Obrigada,
Ivana Lemos
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