Mesa de autoridades que dirigiu a audiência pública (foto: blog do jeso) |
O município de Rurópolis
recebeu, nesta quinta-feira (06), cerca de 500 pessoas que participaram da
Audiência Pública, realizada pela Secretaria de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (SEMAS), a fim de discutir os impactos socioambientais
previstos no projeto do Complexo Hidrelétrico Cupari Braços Leste e Oeste e
Linhas de Transmissão Associadas, de responsabilidade da empresa CIENGE
Engenharia.
Aberto ao público, o evento
é parte do processo instaurado de licenciamento ambiental junto a Semas e
consiste em um momento para esclarecer as dúvidas da comunidade envolvida e
realizar o levantamento de críticas e sugestões, para posterior análise pela
equipe técnica do órgão ambiental. O objetivo é informar as comunidades a serem
influenciadas direta ou indiretamente pelo empreendimento e expor o conteúdo do
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do
projeto.
O Secretário Adjunto de
Gestão e Regularidade Ambiental da SEMAS, Thales Belo, presidiu a discussão na mesa,
que também contou com a presença do Secretário de Meio Ambiente do município de
Rurópolis, Jair Cunha; os representantes da CIENGE, Leonardo Bastos e Marcos
Elias; o coordenador técnico da Consultoria AMBIENTARE, Michael Goulart; o
delegado Vicente Ferreira, da Superintendência Regional do Tapajós,
representando a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SEGUP); e os
promotores de Justiça de Santarém, Lilian Braga e Túlio Novaes, e de Rurópolis,
Bruno Fernandes, representando o Ministério Público Estadual (MPE).
Os representantes da empresa
e da consultoria explicaram, na ocasião, que a proposta do projeto consiste em
utilizar a Bacia Hidrográfica do rio Cupari para fornecer energia elétrica por
meio do Sistema Interligado Nacional (SIN). De acordo com o EIA-RIMA, o
empreendimento poderá abastecer cerca de 100 mil residências ou 300 mil
habitantes, a partir de nove pequenas centrais hidrelétricas (PCH’s) e uma
usina hidrelétrica.
Uma linha de transmissão
deverá coletar a energia e a conduzirá até a subestação de Rurópolis, conectada
ao SIN. Além disso, a previsão da empresa aponta, ainda, que durante a
instalação do Complexo seja gerado mais de dois mil empregos diretos e
indiretos e executado diversos programas como Capacitação e Seleção de Mão de Obra
Local e Resgate do Patrimônio Histórico e Arqueológico da região.
Thales Belo, Secretário
Adjunto da SEMAS enfatizou que a realização da Audiência Pública faz parte do
processo democrático de licenciamento ambiental pelo dialogo aberto com a
comunidade e instituições presentes. “Esse momento foi feito para a população
conhecer o projeto e expor seus entendimentos a respeito do que foi exposto. O
envolvimento de cada um é de extrema importância, mas deixamos claro que a
Audiência não tem caráter deliberativo. Estamos aqui para escutar todas as
preocupações e sugestões levantadas. Tudo será incluso no processo e avaliado
pela equipe técnica da SEMAS, responsável pela análise do projeto”.
Para as comunidades, existem
expectativas positivas e negativas em relação à implantação do Complexo. Essas
preocupações foram expostas na ocasião, através de manifestações orais e
escritas durante o momento de debate. O morador da comunidade de São José, que
fica às margens do rio Cupari, Antônio Gomes, destacou que a comunidade não é
contra o empreendimento que poderá gerar desenvolvimento para a região, mas
exige responsabilidade da empresa com relação aos potenciais impactos
ambientais. “A comunidade de São José é a mais próxima do Complexo, e para nós,
o rio representa uma área de lazer e alimentação, porque realizamos a pesca
artesanal. Então aceitamos tudo que vem para o bem da comunidade, mas queremos
que a realidade das pessoas que moram na região seja considerada. Queremos
responsabilidade”, destacou. VEJA MATÉRIA COMPLETA CLICANDO ABAIXO.
Matéria extraida na íntegra do site da SEMA: Audiência Pública promovida pela Semas debate Complexo ...
Diversos moradores e líderes
comunitários que participaram da Audiência, estiveram presentes anteriormente
durante as reuniões prévias promovidas no mês de agosto e outubro pela SEMAS,
na sede de Rurópolis e Divinópolis, com participação de moradores de várias
comunidades como a de São José e Novo Horizonte. A proposta, na ocasião, foi
proporcionar à comunidade uma conversa mais próxima para avaliar a realidade da
região e discutir impactos socioambientais do Complexo Hidrelétrico.
O Secretário de Meio
Ambiente de Rurópolis, Jair Cunha, agradeceu a presença da comunidade e
enfatizou que o que está acontecendo é importante para a região. “Temos que
estar presentes durante todo o processo e entender qual a proposta da empresa,
pois as comunidades são as maiores influenciadas, mas a expectativa é o melhor
resultado para o nosso município”. Já o delegado Vicente Ferreira, que
representou a SEGUP, reiterou que a Secretaria está sempre atenta aos projetos
direcionados para essa região e que apóia o desenvolvimento com responsabilidade
ambiental. Representando o Ministério Público Estadual, o promotor de Justiça
de Santarém, Túlio Novaes, ponderou a importância da participação da população
na discussão sobre o projeto, questionando e avaliando de forma consciente como
a instalação poderá afetar as comunidades envolvidas e qual a melhor forma
possível de mitigar os impactos socioambientais.
Ao final, o presidente da
mesa, Thales Belo, avaliou os questionamentos levantados no evento como
positivos e válidos, no que diz respeito aos territórios impactados por
empreendimentos na região. Além disso, enfatizou a responsabilidade do Estado
em garantir que a realidade da população local seja levada em consideração na
análise do projeto. “Não vamos retirar nossa responsabilidade sobre um estudo
que precisa de complementações e estamos nos certificando que esteja de acordo
com a legislação do Estado, verificando o que é viável no referido projeto.
Esse procedimento nos traz aqui para discutir o que está sendo proposto, porque
a decisão sobre a instalação de um empreendimento como esse não será feita de
forma isolada, pela Semas ou pelo Conselho de Meio Ambiente. Também é uma
decisão da população. Nossa proposta aqui não é decidir sobre esse ato, mas
fazer com que a discussão aconteça e nos traga subsídios para posicionamento,
enquanto ato de gestão de território.”
Todas as sugestões, críticas
e informações obtidas na Audiência Pública serão incluídas no processo de
licenciamento ambiental do empreendimento e submetidas a apreciação da equipe
técnica e jurídica responsável pela analise, com posterior envio ao Conselho
Estadual de Meio Ambiente (COEMA) para avaliações sobre a deliberação da
licença prévia, que aprova a localização e viabilidade socioambiental dos
empreendimentos.
Os interessados poderão,
ainda, encaminhar manifestações para a Semas por um prazo 10 (dez) dias úteis a
contar das datas de realização das Audiências, através do e-mail
gepas.cinfap@gmail.com e cinfap.semas@gmail.com.
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