sábado, 27 de junho de 2015

CRÔNICA DA SEMANA: UM(A) SELFIE COM PEDRO BUAZ

Pedro Buaz e Doutor Ary - Bem bonitos... se não conhecesse pensaria que são irmãos.
Pedro Buaz - Pessoa do bem!
É inegável que Sr. Pedro Buaz já faz parte da minha história na cidade de Rurópolis. Hoje, quando eu estava saindo do hospital municipal de Rurópolis me deparo com essa figura emblemática e ela já como o sorriso estampado no rosto estende-me a mão em cumprimento e logo um abraço fraterno. Há tempos que não o via, se quer o cumprimentava. Falar de Pedro Buaz é também uma forma de nostalgia, pois, foi uma das primeiras pessoas que me acomodou quando aqui cheguei e que acompanhou minhas alegrias e tristezas, erros e acertos, minhas calmarias e estresses. Contudo, até hoje eu não sei como se escreve o nome Buaz, se é Buaz, Buaiz, Boais, mas do jeito que for ele sempre estará eternizado nas páginas da minha vida, inclusive nossos embates polêmicos, mas que no fundo, sempre foram “coisas” de meninos, que terminavam num abraço e numa comilança na cozinha do Hotel Presidente Médici.  Relembrar tais fatos hoje me faz rir e sentir saudades. Compartilhar memórias nada mais é do que pescar o passado da gaveta, esfregá-lo e repintar as partes feias, reciclar tudo por mais do que vale.

- Olha...Sr. Pedro, quanto tempo. Tá bonito, como vai?

Forma que eu sempre o cumprimentei. E depois de um tempo, ele também passou a usar minha mesma artilha quando me encontrava, muitas vezes, até parava de varrer o pátio do hotel somente para dizer: “Olha o doutor tá bonito” ou simplesmente: “Olha o doutor...” e por mais que eu tivesse estressado parava falar com ele e dividir uma risada.

Voltando ao diálogo, ele respondeu:

- Bem doutor. O que o senhor faz por aqui?

- Vendo uma situação policial.

- Doutor, nunca mais nós nos falamos.

- Pois é Sr. Pedro, muito atarefado e também uma semana quase sem internet, sem whats App, sem telefone para lhe mandar pelo menos um “oi”.

- Foi Doutor? Esse problema ficou todo tempo esse tempo? Eu dificilmente uso essas coisas, principalmente, Whats App, somente quando me mostram alguma coisa, como uma foto, uma mensagem etc.

- E o senhor consegue?

- Claro, eu uso somente quando preciso, e às vezes nem celular eu carrego, pois todo tempo estou me ocupando, trabalhando, em setores do hospital cuidando de pacientes, auxiliando médicos, e fica até difícil atender ao telefone, mas não tem mistério, todos sabem onde me achar.


Depois que eu ouvi isso de Pedro Buaz entrei naquele meu momento chamado de “um instante que não para” e pensei com meus botões: Nossa! Quantas pessoas ficaram sem fuxicar no grupo de Whats App? Quantas vítimas foram poupadas? Digo isso, porque certa vez presenciei um linchamento de ofensas dirigidas a um professor, num desses grupos virtuais e ao me posicionar também quase fui engolido. Tive chamar esse povo para conversar, por que além dos crimes contra a honra ali presentes, havia incitação ou apologia o crime e até formação de quadrilha. Certamente, nesses dias sem sinal, o número de Bullying, calúnias, injúrias e difamações virtuais foram à 0%, mas será que pelo menos este povo aproveitou a falta de sinal da internet para pelo menos lavar uma louça, varrerem uma casa, molharem as plantas ou limparem o coco do cachorro ou cuidar do gato? A internet e os meios de comunicação estão aí para que o ser-humano evolua nas suas interações interpessoais, bem como, se utilizar de tais mecanismos para auxiliar a comunidade, no combate a violência, no repasse de informações de utilidade pública, ou simplesmente para fazer amigos, matar saudades de pessoas que estão distantes, enganando a solidão ou a dor da ausência pulsante no peito e não para arquitetar pichações injuriosas em muros públicos, vandalismos, danos e outras baixarias.
O combate é tão fácil, depois que inventaram o “Print”, quando não, basta conversar com quem viu a mensagem ou que participa do grupo referido e verificar se podem transmitir o conteúdo ou ao menos indicar os nomes dos grupos, nomes ou números telefônicos das pessoas responsáveis pelo conteúdo ofensivo. Não é? Contudo, também ressalto quantos prejuízos sofreram aqueles que se utilizam responsavelmente dos meios de comunicação para desenvolver seu trabalho, para questões empresariais, contratual e interação familiar e com isso fazem realmente a diferença na sociedade, contribuindo para sua evolução. Mas, deixa para lá, talvez tudo isso deva ser bobagem minha, são coisas da minha mente acelerada. Somente são pensamentos soltos, bobos, sem qualquer fundamento.     

- O que foi doutor? O senhor ficou assim parado, olhando para o vazio.

Perguntou Pedro. Foi então quando emergi dos meus pensamentos e lhe respondi:

- Nada. Bobagem. Fiquei aqui pensando numas coisas e mais uma vez comprovei que não devemos substituir ou restringir as relações pessoais apenas ao contato virtual. Nem reduzir a pessoas à ícones ou clicks. O reencontro é uma arte e relembrar é viver, principalmente, quando nossos corações estão isentos de mágoas.   

- Doutor, abração tenho que ver uma situação aqui no hospital.

- Calma Seu Pedro, vamos tirar uma foto ou retrato, como o senhor queira. Com esse nosso papo nasceu a crônica da semana. Posso escrever sobre o senhor?

- Pode, para o blog?

- Sim. Então, espera um pouco e deixa me ajeitar a câmera aqui na minha mão e lá vai...

- Doutor, o Senhor tirou um “Selfie”.

- Olha....Seu Pedro.

Ele riu.

- Seu Pedro, o senhor já está muitos anos aqui em Rurópolis não é? Trabalhou até com meu tio, Dr. Vital.

- Pois é. Estou há 41 anos, sou ex-funcionário do Incra, atualmente, fundação nacional de Saúde (Funasa) e trabalho com técnico de enfermagem no hospital. Anotou?

Eu disse:

- Sim, tudo anotado aqui na minha mão.

E quando vi, já estávamos ladeados de outras pessoas também tão queridas e atenciosas, mas somente com seu Pedro eu tirei um “Selfie”, afinal, não é todo dia que ele deixa alguém fazer isso. É só perguntar para ele quantas pessoas ele já deixou fazer uma “Selfie”.

E depois que nos despedimos, ficou gritando em minha mente uma dúvida. Afinal, qual é o certo: uma “Selfie” ou um “Selfie”; o “Selfie” ou a “Selfie”?  E liguei para um amigo professor de língua portuguesa, escritor, poeta, cronista e basqueteiro (jogador de basquete), que me explicou o seguinte: “Selfie é palavra inglesa, diminutivo de self, redução de self-portrait, em nossa tradução "autorretrato". Alguns gramáticos defendem que palavras estrangeiras sejam empregadas em português mantendo o gênero que têm na língua de origem, já outros advogam que essas palavras tenham em português o gênero de sua equivalente vernácula. Se adotarmos o segundo critério, daremos a palavra selfie, o mesmo gênero do português "retrato", resultado disso é que devemos dizer "o selfie", "um selfie" e não "a selfie", "uma selfie" “. Contudo, entendo que  a questão é um pouco complexa, pois, se adotarmos o primeiro entendimento, portrait  também pode ser pintura ou fotografia, logo  utilizar-se de “a Selfie”, “uma Selfie” não estaria errado.  Acho que vale uma reflexão.

E qual é o certo: Pau de “Selfie” ou bastão de “Selfie”? Essa eu sei, as duas formas estão corretas, porém, a segunda maneira de falar é mais elegante para quem quer ser elegante, dependendo da ocasião. O que eu não sei mesmo se o sobrenome do Pedro é “Buaz”, “Buaiz” ou “Boais”, nessa passei batido, pois me esqueci de perguntar.

Estas dúvidas eu deixo para vocês meus leitores favoritos comentarem em sala de aula, grupos de Whats App, nos facebooks, entre amigos nos coretos, num barzinho, no banco da praça ou onde vocês quiserem e me escrevam, eu aceito opiniões. Criem. Na última crônica, nós não criamos a palavra TPÊMICOS? Para referi-las a momentos de estresse, contudo, ela variou, pois, para Ethel Gisele há mais um “e” (TPEÊMICOS), já para mim não. Pois bem, cada um tem o seu momento e o meu é TPÊMICO somente com um “e”, quem sabe um dia eu coloque mais um. Mas, convenhamos, melhor mesmo é que o Amor entre os seres humanos sempre vença e que o preconceito e a intolerância vá para baixo da égua. Não é?

Meu querido Pedro Buaz muito obrigado por tudo, inclusive pela conversa de hoje, principalmente, pelo abraço fraterno. Que Deus te abençoe sempre, esta é minha homenagem para você.

E finalizando:

Entre o real e o imaginário, entre a verdade e a fantasia aqui contada, o que nem mais eu  mesmo já sei, encerro a crônica da semana. Um beijo à todos, fiquem com Deus e até semana que vem. Ariosnaldo da Silva Vital Filho.



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