Pedro Buaz e Doutor Ary - Bem bonitos... se não conhecesse pensaria que são irmãos. |
Pedro Buaz - Pessoa do bem! |
É inegável que Sr. Pedro
Buaz já faz parte da minha história na cidade de Rurópolis. Hoje, quando eu
estava saindo do hospital municipal de Rurópolis me deparo com essa figura
emblemática e ela já como o sorriso estampado no rosto estende-me a mão em
cumprimento e logo um abraço fraterno. Há tempos que não o via, se quer o
cumprimentava. Falar de Pedro Buaz é também uma forma de nostalgia, pois, foi
uma das primeiras pessoas que me acomodou quando aqui cheguei e que acompanhou
minhas alegrias e tristezas, erros e acertos, minhas calmarias e estresses.
Contudo, até hoje eu não sei como se escreve o nome Buaz, se é Buaz, Buaiz,
Boais, mas do jeito que for ele sempre estará eternizado nas páginas da minha
vida, inclusive nossos embates polêmicos, mas que no fundo, sempre foram
“coisas” de meninos, que terminavam num abraço e numa comilança na cozinha do
Hotel Presidente Médici. Relembrar tais
fatos hoje me faz rir e sentir saudades. Compartilhar memórias nada mais é do
que pescar o passado da gaveta, esfregá-lo e repintar as partes feias, reciclar
tudo por mais do que vale.
- Olha...Sr. Pedro, quanto
tempo. Tá bonito, como vai?
Forma que eu sempre o
cumprimentei. E depois de um tempo, ele também passou a usar minha mesma
artilha quando me encontrava, muitas vezes, até parava de varrer o pátio do
hotel somente para dizer: “Olha o doutor tá bonito” ou simplesmente: “Olha o
doutor...” e por mais que eu tivesse estressado parava falar com ele e dividir
uma risada.
Voltando ao diálogo, ele
respondeu:
- Bem doutor. O que o senhor
faz por aqui?
- Vendo uma situação
policial.
- Doutor, nunca mais nós nos
falamos.
- Pois é Sr. Pedro, muito
atarefado e também uma semana quase sem internet, sem whats App, sem telefone
para lhe mandar pelo menos um “oi”.
- Foi Doutor? Esse problema
ficou todo tempo esse tempo? Eu dificilmente uso essas coisas, principalmente,
Whats App, somente quando me mostram alguma coisa, como uma foto, uma mensagem
etc.
- E o senhor consegue?
- Claro, eu uso somente
quando preciso, e às vezes nem celular eu carrego, pois todo tempo estou me
ocupando, trabalhando, em setores do hospital cuidando de pacientes, auxiliando
médicos, e fica até difícil atender ao telefone, mas não tem mistério, todos
sabem onde me achar.
Depois que eu ouvi isso de
Pedro Buaz entrei naquele meu momento chamado de “um instante que não para” e
pensei com meus botões: Nossa! Quantas pessoas ficaram sem fuxicar no grupo de
Whats App? Quantas vítimas foram poupadas? Digo isso, porque certa vez
presenciei um linchamento de ofensas dirigidas a um professor, num desses
grupos virtuais e ao me posicionar também quase fui engolido. Tive chamar esse
povo para conversar, por que além dos crimes contra a honra ali presentes,
havia incitação ou apologia o crime e até formação de quadrilha. Certamente,
nesses dias sem sinal, o número de Bullying, calúnias, injúrias e difamações
virtuais foram à 0%, mas será que pelo menos este povo aproveitou a falta de
sinal da internet para pelo menos lavar uma louça, varrerem uma casa, molharem
as plantas ou limparem o coco do cachorro ou cuidar do gato? A internet e os
meios de comunicação estão aí para que o ser-humano evolua nas suas interações
interpessoais, bem como, se utilizar de tais mecanismos para auxiliar a
comunidade, no combate a violência, no repasse de informações de utilidade
pública, ou simplesmente para fazer amigos, matar saudades de pessoas que estão
distantes, enganando a solidão ou a dor da ausência pulsante no peito e não
para arquitetar pichações injuriosas em muros públicos, vandalismos, danos e
outras baixarias.
O combate é tão fácil, depois que inventaram o “Print”,
quando não, basta conversar com quem viu a mensagem ou que participa do grupo
referido e verificar se podem transmitir o conteúdo ou ao menos indicar os
nomes dos grupos, nomes ou números telefônicos das pessoas responsáveis pelo
conteúdo ofensivo. Não é? Contudo, também ressalto quantos prejuízos sofreram
aqueles que se utilizam responsavelmente dos meios de comunicação para
desenvolver seu trabalho, para questões empresariais, contratual e interação
familiar e com isso fazem realmente a diferença na sociedade, contribuindo para
sua evolução. Mas, deixa para lá, talvez tudo isso deva ser bobagem minha, são
coisas da minha mente acelerada. Somente são pensamentos soltos, bobos, sem
qualquer fundamento.
- O que foi doutor? O senhor
ficou assim parado, olhando para o vazio.
Perguntou Pedro. Foi então
quando emergi dos meus pensamentos e lhe respondi:
- Nada. Bobagem. Fiquei aqui
pensando numas coisas e mais uma vez comprovei que não devemos substituir ou
restringir as relações pessoais apenas ao contato virtual. Nem reduzir a
pessoas à ícones ou clicks. O reencontro é uma arte e relembrar é viver,
principalmente, quando nossos corações estão isentos de mágoas.
- Doutor, abração tenho que
ver uma situação aqui no hospital.
- Calma Seu Pedro, vamos
tirar uma foto ou retrato, como o senhor queira. Com esse nosso papo nasceu a
crônica da semana. Posso escrever sobre o senhor?
- Pode, para o blog?
- Sim. Então, espera um
pouco e deixa me ajeitar a câmera aqui na minha mão e lá vai...
- Doutor, o Senhor tirou um
“Selfie”.
- Olha....Seu Pedro.
Ele riu.
- Seu Pedro, o senhor já
está muitos anos aqui em Rurópolis não é? Trabalhou até com meu tio, Dr. Vital.
- Pois é. Estou há 41 anos,
sou ex-funcionário do Incra, atualmente, fundação nacional de Saúde (Funasa) e
trabalho com técnico de enfermagem no hospital. Anotou?
Eu disse:
- Sim, tudo anotado aqui na
minha mão.
E quando vi, já estávamos
ladeados de outras pessoas também tão queridas e atenciosas, mas somente com
seu Pedro eu tirei um “Selfie”, afinal, não é todo dia que ele deixa alguém
fazer isso. É só perguntar para ele quantas pessoas ele já deixou fazer uma
“Selfie”.
E depois que nos despedimos,
ficou gritando em minha mente uma dúvida. Afinal, qual é o certo: uma “Selfie”
ou um “Selfie”; o “Selfie” ou a “Selfie”?
E liguei para um amigo professor de língua portuguesa, escritor, poeta,
cronista e basqueteiro (jogador de basquete), que me explicou o seguinte:
“Selfie é palavra inglesa, diminutivo de self, redução de self-portrait, em
nossa tradução "autorretrato". Alguns gramáticos defendem que
palavras estrangeiras sejam empregadas em português mantendo o gênero que têm
na língua de origem, já outros advogam que essas palavras tenham em português o
gênero de sua equivalente vernácula. Se adotarmos o segundo critério, daremos a
palavra selfie, o mesmo gênero do português "retrato", resultado
disso é que devemos dizer "o selfie", "um selfie" e não
"a selfie", "uma selfie" “. Contudo, entendo que a questão é um pouco complexa, pois, se
adotarmos o primeiro entendimento, portrait
também pode ser pintura ou fotografia, logo utilizar-se de “a Selfie”, “uma Selfie” não
estaria errado. Acho que vale uma reflexão.
E qual é o certo: Pau de
“Selfie” ou bastão de “Selfie”? Essa eu sei, as duas formas estão corretas,
porém, a segunda maneira de falar é mais elegante para quem quer ser elegante,
dependendo da ocasião. O que eu não sei mesmo se o sobrenome do Pedro é “Buaz”,
“Buaiz” ou “Boais”, nessa passei batido, pois me esqueci de perguntar.
Estas dúvidas eu deixo para
vocês meus leitores favoritos comentarem em sala de aula, grupos de Whats App,
nos facebooks, entre amigos nos coretos, num barzinho, no banco da praça ou
onde vocês quiserem e me escrevam, eu aceito opiniões. Criem. Na última
crônica, nós não criamos a palavra TPÊMICOS? Para referi-las a momentos de
estresse, contudo, ela variou, pois, para Ethel Gisele há mais um “e”
(TPEÊMICOS), já para mim não. Pois bem, cada um tem o seu momento e o meu é
TPÊMICO somente com um “e”, quem sabe um dia eu coloque mais um. Mas,
convenhamos, melhor mesmo é que o Amor entre os seres humanos sempre vença e
que o preconceito e a intolerância vá para baixo da égua. Não é?
Meu querido Pedro Buaz muito
obrigado por tudo, inclusive pela conversa de hoje, principalmente, pelo abraço
fraterno. Que Deus te abençoe sempre, esta é minha homenagem para você.
E finalizando:
Entre o real e o imaginário,
entre a verdade e a fantasia aqui contada, o que nem mais eu mesmo já sei, encerro a crônica da semana. Um
beijo à todos, fiquem com Deus e até semana que vem. Ariosnaldo da Silva Vital
Filho.
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