Doutor Ary Vital com a senhora Claúdia Lobo - "A vítima" |
E haja 0800!!! |
Como diz Helder Marinho:
“Mais um 0800”. Pergunto então, quem não gosta? Eu seria hipócrita demais,
dizer que não gosto de um mimo, de um afago, de ser bem tratado, de um agrado
ou de um simples regabofe. Ora, ora, principalmente, daqueles sinceros
acompanhados de uma boa conversa e de bons risos rejuvenescedores de espírito,
pois de guerra e de escândalos do tipo novela com atores de quinta categoria e
de baixo orçamento, já estamos fartos. Hoje eu quero seriados com participações
especiais ou até mesmo musicais, se nada disso for possível, pelo menos uma
limonada.
Regabofe (comilança),
folgança (ócio) e pândega (alegria), quem não gosta? E quando os três vêm todos
de uma vez? O que fazer? Pois bem,
quando a gente menos espera a vida faz o roteiro e nos coloca nele e nos
prepara cada cena.
Certa vez, já tarde da
noite, andando pelas ruas de Belém, uma aparição no meio do caminho me
perguntou qual meu pecado favorito? Sinceramente, eu lhe respondi que não era
fã de pecados, mas tenho os meus, os quais eu procuro combatê-los ou pelo menos
adestrá-los. A conversa não se alongou muito porque não entrei no jogo daquela
linda mulher de branco que logo tomou um taxi que a deixou na porta do
cemitério da Soledade. Aliás, soube que ela adora andar de taxi e mandar cobrar
a corrida no dia seguinte na casa dos pais. Hoje, visagens não me assustam,
vira e mexe até gosto de bater um papo com um fantasma, na verdade o que me
assusta são a traíragem, falsidade, ambição e cara de pau de muitos vivos para
conseguirem o que querem. Graças a Deus para isso eu tenho proteção.
Depois desta experiência
sobrenatural ocorrida ao longo dos meus 18 anos, eu fui estudar os pecados
capitais, o legal que descobri que para cada um deles há uma virtude, que
exercitados, certamente, nos tornam pessoas melhores, por exemplo, Orgulho –
Humildade, Inveja – Caridade, Ira – Paciência, Avareza- Generosidade, Gula –
Temperança, Luxúria – Castidade e Preguiça- Diligência.
Só que hoje me entreguei à
gula, mas como pude resistir aquele suculento filé à parmegiana. Juro que eu
estava quieto no meu canto, trabalhando de boa até que o convite me vem como um
bife à cavalo. Eu fui e mandei a temperança pelos ares.
- Gostou?
Perguntou Cláudia Lobo.
- Claro, uma delícia, é um
dos meus pratos favoritos, depois de uma boa maniçoba.
Então, para quê eu fui falar
em maniçoba, parecia que eu era um crítico gastronômico e entre uma garfada e
outra, nasceu a idéia da noite paraense.
- Ei Cláudia, mas você é da
onde?
Com uma cara de
interrogatório, perguntei a ela:
- Sou filha da fronteira,
meu amigo. Sou de Guajará Mirim, município do Estado de Rondônia. Estou em
Rurópolis há sete anos e eu já entendi a pergunta tá bom. Eu faço a maniçoba, o
pato no tucupi, o tacacá e as outras comidas típicas da sua terra, pode
confiar.
Com a firmeza de um cotovelo
de estátua, Cláudia respondeu minha pergunta.
- Fechado!
Pronto nasceu a Noite
Paraense no Ponto do Petisco.
- Mais ainda não acabou.
Ela sorrindo me disse.
- Não me diga minha amiga,
já comi tanto que estou igual uma jibóia recém alimentada. Infelizmente, o
medalhão de filé Mignon ficará para a inauguração do Ponto do Petisco.
- Mas, doutor, eu ainda não
inaugurei oficialmente.
Ela lamentou.
- Nada. Inaugura logo, já no
próximo fim de semana. Será um sucesso, aqui a receita é uma só, pega um povo
para tocar e chama todo mundo.
Pronto! Para quê fui falar?
A inauguração terá como temática “A noite dos namorados” com direito a música
ao vivo.
- Sempre é bom falar com o
senhor, Doutor Ari.
- Nada. Eu falo tanta
bobagem que às vezes sai algo que se aproveite.
E para finalizar, não vá
ainda. Ela saiu, minutos depois, Claudia voltou com a limonada.
É mole?... pode inventar... |
Tem mimo maior
que esse?
- Hum...Limonada Suíça.
Ela balançando a cabeça
disse:
- Não, desta vez é Nevada,
porque coloquei laranja também.
Era essa a surpresa final.
Minha amiga Cláudia Lobo,
muito obrigado pelo almoço agradabilíssimo, pelos risos e limonadas. Adorei o
“0800”, há tempos que queria escrever sobre você. Te desejo boa sorte nesta
nova empreitada.
Enquanto isso...indo para
casa: “Tirimmm”. Chegou uma mensagem no Whatszapp.
- Estais em Belém Ari? Vai
ter churrasco amanhã, bora?
Perguntava-me, meu amigo de
longas jornadas, Denis Aragão.
- Nada.
Peço mil perdões, pois da
última vez que estive em Belém, furei um convite para um churrasco. Sei que
Denis ficou chateado e até me cobrou a falta. Ele tinha até feito um mapa para
eu chegar até à chácara.
- Ari, porque não foste?
Ficamos te esperando.
- Pensei que estivesse me
convidando por educação.
- Nada. Da próxima vez vou
te buscar na tua casa.
E com essa bofetada de
palavras, mais uma vez Denis me ensinou o valor da amizade. Esta quando é
verdadeira, torna-se atemporal, para vida inteira. Fico feliz amigo por ainda
querer minha companhia. Grande Abraço fraterno.
Agora sim, finalizando:
Entre o real e o imaginário,
entre a verdade e a fantasia aqui contada, o que nem eu já sei mais, encerro a
crônica da semana. Uns beijos a todos fiquem com Deus e até semana que vem.
Ariosnaldo da Silva Vital Filho.
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