Grupo que fraudou R$ 7 mi do
Pronaf em Itaituba é processado por improbidade administrativa. MPF pediu à
Justiça que grupo seja obrigado a devolver recursos aos cofres públicos e a
pagar multa equivalente ao triplo da quantia desviada.
O Ministério Público Federal
(MPF) entrou na Justiça na última quinta-feira, 29 de janeiro, com ação por
improbidade administrativa contra integrantes de um grupo que desviou cerca de
R$ 7 milhões do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf) em Itaituba, no oeste do Pará. O MPF quer que Gilberto Afonso
Siqueira, Lidiane Regina Nogueira das Neves e Dácio Souza da Silva sejam
obrigados a ressarcir os prejuízos aos cofres públicos, sejam obrigados a pagar
multa equivalente ao triplo da quantia desviada e percam as funções públicas
que estiverem ocupando.
Outras punições solicitadas
à Justiça Federal em Itaituba são que os integrantes do grupo fiquem impedidos
de assumir cargo ou função pública por até oito anos, tenham os direitos
políticos suspensos por até dez anos e fiquem impedidos de contratar com o
poder público por três anos. Modo de atuação – O grupo atuava fraudando
concessões de empréstimos do Pronaf. O acusado Dácio Souza da Silva,
responsável pela Empresa de Planejamento Agropecuário Novo Tapajós (Emplanot)
criava projetos fictícios para a aplicação dos créditos, e com esses projetos
fazia pedidos em nome de “laranjas” (pessoas que servem como intermediárias em
negócios fraudulentos).
Para dar aparência de
legalidade aos projetos, Dácio Silva fraudava documentos como certidões de
cartórios e recibos. Os projetos previam valores para aquisição de gado bovino
muito acima do valor real de mercado. Por meio dessas práticas, o acusado elaborou
projetos com custos que ultrapassavam R$ 100 mil cada, registra o MPF na ação.
Em seguida, os projetos eram levados ao Banco do Brasil. Com o apoio da
funcionária do banco Lidiane Regina Nogueira das Neves e do gerente, Gilberto
Afonso Siqueira, os laranjas eram levados a assinar os contratos de empréstimo
do Pronaf pensando tratar-se de contratos de empréstimo pessoal.
O grupo viabilizava a
assinatura dos contratos por fiadores que sequer estavam presentes no momento
da contratação. Em depoimentos à Polícia Federal alguns laranjas afirmaram que
Lidiane Neves e Dácio Silva diziam que aqueles documentos tinham que ser
assinados apenas para verificação da possibilidade de contratação do
empréstimo. Lidiane Neves montava o processo de empréstimo com todos os
carimbos e outros itens necessários e Gilberto Siqueira ficava responsável pela
aprovação final de todos os contratos fraudulentos.
Segundo o MPF, na época das
fraudes o então gerente Gilberto Siqueira tomava todas as providências
possíveis para fazer com que só os projetos da empresa de Dácio Silva fossem
aprovados pela agência de Itaituba do Banco do Brasil, impedindo a aprovação de
projetos elaborados por outras empresas. Foram identificados vários casos de
projetos aprovados sem a necessária vistoria prévia, providência que certamente
inibiria a vinculação, aos financiamentos, de laranjas e de propriedades
inexistentes.
Processo nº
0000214-14.2015.4.01.3908 – Justiça Federal em Itaituba
Acompanhamento processual:
http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=00002141420154013908&secao=IAB
Íntegra da ação:
http://www.prpa.mpf.mp.br/news/2015/arquivos/Acao_MPF_improbidade_administrativa_Pronaf_Banco_Brasil_Itaituba.pdf
Ministério Público Federal
no Pará
Assessoria de Comunicação
(91) 3299-0148 / 98403-9943
/ 98402-2708
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MATÉRIA EXTRAÍDA NA INTEGRA DO BLOG DO JUNIOR RIBEIRO - ITAITUBA/PA.
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