segunda-feira, 15 de abril de 2013

70 ANOS DE LÚCIA DILL

A aniversariante com seus filhos


Dia 13 de abril de 2013, foi comemorado setenta anos de vida da senhora LUCIA DILL. Foi realizada uma grande festa à aniversariante, promovida por seus familiares. Várias pessoas da família e amigos estiveram reunidas na sede social do Centro Tradicional Gaúcho – CTG, onde prestaram uma merecida homenagem. A senhora Lúcia pertence a uma das famílias pioneiras neste município e tanto ela como seus familiares, são pessoas de boa índole, bom caráter e uma boa e alegre amizade. São pessoas tradicionais que contribuíram muito para o desenvolvimento de nossa cidade. No decorrer da festa, foi contado um pouco da história da aniversariante o que deixou todos muito emocionados e por esse motivo, solicitamos aos familiares e o transcrevemos abaixo, para conhecimento de todos aqueles que são amigos e que o admiram: CLIQUE ABAIXO PARA VER A MATÉRIA COMPLETA
Fotografias: Caio (foto Vitória)








70 ANOS DE LÚCIA DILL


Aniversariante e seus familiares

 Em um tempo não muito distante, no dia 13 de abril de 1943, no alto da serra, na cidade de Santo Cristo, linha Taquarassu- Rio Grande do Sul,  quando  o frio era bastante  convidativo ao abraço aconchegante, já estava no coração de Deus um novo plano: trazer ao mundo LÚCIA DIERINGS DILL. Como “nenhum dos Seus planos pode ser frustrado”, a pequena Lúcia, que tem descendência  alemã, terceira filha do casal Maria Brod e Waldemar Nicolau Dierings, recebeu pela primeira vez o abraço de sua abençoada mãe, a qual pôde abraçar por inúmeras outras vezes,  os dezesseis filhos que Deus colocou em seus braços. Oito meninos e oito meninas formavam a numerosa família que a própria mãe teve dificuldade para cuidar. Esta foi a razão pela qual a Dona Lúcia que hoje conhecemos, tenha tornado-se a única, dentre os irmãos,  que não conseguiu estudar, pois precisava ajudar a mãe a cuidar dos filhos. 
Aniversariante e irmãos
Sua vida dividida entre os trabalhos da roça e o cuidado com os irmãos não foram motivos para que o romance não se instalasse em seu coração e o amor ali brotasse. E foi esse amor  que fez com que Lúcia, aos   23 anos, no dia 08 de janeiro de 1966 casasse com Rudi Dill, com quem viveu  durante  22 anos. O que era apenas um broto no coração do casal fincou raízes e frutificou, sendo Marli Dill, nascida no mesmo ano do casamento de seus pais, o primeiro fruto dessa união, primeiro fruto e filha única até hoje.  No ano seguinte, nasceu Nazário que sendo o primeiro homenzinho naquela casa também alegrou o coração de seus pais. 
Hora dos parabéns
A jovem senhora que já era tão  habilidosa em cuidar de crianças não imaginava  que precisaria testar  suas habilidades e,  em dose dupla, pois  nem desconfiava, que guardava em seu ventre os gêmeos Valdir e Valmir. Isto sim é que se pode  chamar de prova de fogo, pois além de serem dois,  ainda nasceram prematuros, numa cidade do interior, onde não haviam recursos, apenas a dificuldade dos pais. Mesmo assim, a bênção do Senhor foi suficiente para que os pequeninos sobrevivessem e pudessem  mais uma vez irradiar beleza e alegria à família que cresceu mais rápido que o planejado. Uma curiosidade é que a cidade interiorana onde nasceram- Cândido Godói- é  mundialmente conhecida como “A capital dos Gêmeos”,  embora  D. Lúcia nem desconfiasse da gravidez de gêmeos, imagina-se que talvez não foi surpresa nenhuma para o povo daquele lugar que se acostumou a ver gente nascer em dupla. Você viu no Fantástico? Não?!!! Pois é!!! Naquela cidade até  mesmo as árvores são plantadas   de forma duplicada, evidentemente para manter a lenda e, claro, combinar com os  famosos que lá nasceram.
Parabéns a você...
No ano de 1975, cansada da lida, a família de D. Lúcia resolve buscar melhoria de vida em outro estado e o Pará foi o escolhido, sendo o interior de Rurópolis o lugar onde se estabeleceram. Como todo  migrante, enfrentaram muitas dificuldades. Uma delas foi o longo período de viagem, dez dias em um caminhão que embora fosse grande, tornou-se pequeno diante da quantidade de coisas que transportavam e a quantidade de pessoas além dos animais - oito só de caça. Aqui, por muito tempo, o trabalho ainda foi o mesmo: continuou na roça ao lado do marido e dos filhos. Filhos que embora tenham ganhado um irmãozinho paraense, o caçula Rodrigo, mas  perderam o pai, em 08 de agosto de 1.988,  quando o irmão menor tinha pouco mais de cinco aninhos. Com cinco filhos, poucos recursos e muitas necessidades, além da saudade do companheiro,  para essa guerreira não faltou coragem e determinação para continuar batalhando pela criação dos filhos. Foi nesse período que D. Lúcia mudou-se para a cidade de Rurópolis e foi trabalhar como merendeira/servente em uma escola municipal. Depois, colocou um comércio o que lhe deixou totalmente ocupada, sem tempo até mesmo para aproveitar um dos poucos prazeres que a vida lhe oferecia e que ainda hoje ela curte: jogar baralho.
Apagando as velhinhas (da mesa...)

Se a vida nunca foi tão sorridente para D. Lúcia no sentido de ter facilidades, ela, com sua garra, sempre mostrou aos filhos, netos e bisnetos, que vale a pena lutar pelo que acreditamos, pois carregava consigo a certeza de que a sua maior riqueza, sua família, era e continua sendo  a sua  grande  razão para sorrir, nesta vida.  

Uma  outra razão que também estampou o sorriso no rosto dessa vovó linda de treze netos e um bisneto foi a conquista da casa própria, algo simples e  de certa forma até  mesmo obrigatório para os recém casados, entretanto,  não para esta  jovial senhora que só a conquistou depois que já estava somente com o filho mais novo com quem ficou desde a morte do pai e é o único que mora ao lado dela até  hoje.
Aniverariante e netos
Atualmente a belíssima aniversariante desta noite, já aposentada, divide o seu tempo entre os cuidados com o pequeno Rudi Gabriel, neto que  tem um lugar de destaque em seu coração, e os  outros prazeres  que a vida lhe negou em outros tempos: dança no CTG, nas festas juninas,  pula carnaval além de viajar com o Grupo da 3ª idade.
Saudade...ah saudade....Esta palavra, quase sempre fez parte da vida dessa encantadora senhora. Quando saiu de sua terra natal, precisou aprender a conviver com a ausência dos seus pais e irmãos, pois somente a tia Ivone também veio morar aqui. Contudo, pior que isso, foi não poder nunca mais rever seus genitores sequer para dar o último abraço antes que fossem para sua morada eterna.  Uma  outra saudade que  não se pode deixar de falar é  da saudade dos amigos, inesquecíveis, da comida que só os gaúchos sabem preparar, dos bailes belíssimos que só existem naquela região  e do gostoso frio da terrinha que lhe viu nascer.  Ah! que saudade, ah! que vontade de fugir deste calor. Além disso, também carrega a distância dos filhos e, embora toda mãe saiba que isso faz parte do curso natural da vida, sempre leva no peito a dor da ausência e as inesquecíveis lembranças peculiar, de cada um. 
Aniversariante, filho, nora e netos
Se por um lado a saudade  lhe fez e ainda faz sofrer,  também foi importante para que ela percebesse  que a coragem que a moveu  em busca de algo melhor para a família foi ainda  maior. Esta certeza foi recentemente confirmada nas palavras da tia  Melda quando ao receber a visita de Marli e família disse: “ Que bom que o Rudi foi para lá, vocês estão melhor que a gente, bem melhor”. Dessa viagem também trouxemos um recado do tio Juca quando soube do seu meio de transporte  e das suas aventuras aqui no Pará: “cuidado quando sair de moto, fica sempre na estrada”.
            Setenta anos não dá, certamente, para traduzir em quatro folhas de papel, não é D. Lúcia? Entretanto, dá para traduzir em sentimentos que somente nós: os filhos, os netos, bisneto e amigos têm pela senhora. Sentimentos de amor, carinho, ternura, respeito, amizade, lealdade, honestidade e tantos outros que nos ensinou. Sentimento especial. Aquele incomparável  que só a vó tem, que só ela ensina de um jeito próprio, até parecido com o da nossa mãe que também aprendeu com ela, porém único e inconfundível, tão inconfundível quanto o pão de queijo e o bolo de milharina, ou o chazinho pra dor de estômago, principalmente depois da viagem pra vir lhe ver. É uma delícia, um santo remédio. Será que é porque também é preparado por uma santa? 
Aniversariante e netos
            Tão santa que sua bondade e doação sempre é relembrada por todos que convivem ou conviveram com a senhora, pois sabem que muitas vezes deixou de viver sua própria vida para acolher, para agradar, para ajudar alguém: um filho,  um neto, um amigo. Não importa quem seja, importa servir e da melhor forma, sempre!
            Todo esse seu carisma merece o maior presente que podemos lhe dar: herdar seu exemplo e ser tão bons quanto a senhora. Que Deus nos permita esta graça. Nesta noite festiva, além de agradecermos ao Senhor pela oportunidade de reunir familiares e amigos para demonstrar o quanto você é especial, levaremos uma certeza: ao completar 70 anos percebemos que o tempo não te fez mais velha te fez melhor. PARABÉNS!!!FELICIDADES!!! SEMPRE!! SEMPRE!!! ETERNAMENTE!!!
                                                                           Rurópolis, 13 de abril de 2013.
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