A aniversariante com seus filhos |
Dia 13 de abril de 2013, foi
comemorado setenta anos de vida da senhora LUCIA
DILL. Foi realizada uma grande festa à aniversariante, promovida por seus
familiares. Várias pessoas da família e amigos estiveram reunidas na sede
social do Centro Tradicional Gaúcho – CTG,
onde prestaram uma merecida homenagem. A senhora Lúcia pertence a uma das famílias pioneiras
neste município e tanto ela como seus familiares, são pessoas de boa índole,
bom caráter e uma boa e alegre amizade. São pessoas tradicionais que contribuíram
muito para o desenvolvimento de nossa cidade. No decorrer da festa, foi contado
um pouco da história da aniversariante o que deixou todos muito emocionados e
por esse motivo, solicitamos aos familiares e o transcrevemos abaixo, para
conhecimento de todos aqueles que são amigos e que o admiram: CLIQUE ABAIXO PARA VER A MATÉRIA COMPLETA
Fotografias: Caio (foto Vitória)
70
ANOS DE LÚCIA DILL
Aniversariante e seus familiares |
Em
um tempo não muito distante, no dia 13 de abril de 1943, no alto da serra, na
cidade de Santo Cristo, linha Taquarassu- Rio Grande do Sul, quando o
frio era bastante convidativo ao abraço
aconchegante, já estava no coração de Deus um novo plano: trazer ao mundo LÚCIA DIERINGS DILL. Como “nenhum dos
Seus planos pode ser frustrado”, a pequena Lúcia, que tem descendência alemã, terceira filha do casal Maria Brod e
Waldemar Nicolau Dierings, recebeu pela primeira vez o abraço de sua abençoada
mãe, a qual pôde abraçar por inúmeras outras vezes, os dezesseis filhos que Deus colocou em seus
braços. Oito meninos e oito meninas formavam a numerosa família que a própria
mãe teve dificuldade para cuidar. Esta foi a razão pela qual a Dona Lúcia que
hoje conhecemos, tenha tornado-se a única, dentre os irmãos, que não conseguiu estudar, pois precisava
ajudar a mãe a cuidar dos filhos.
Aniversariante e irmãos |
Sua
vida dividida entre os trabalhos da roça e o cuidado com os irmãos não foram
motivos para que o romance não se instalasse em seu coração e o amor ali
brotasse. E foi esse amor que fez com
que Lúcia, aos 23 anos, no dia 08 de janeiro de 1966 casasse
com Rudi Dill, com quem viveu
durante 22 anos. O que era apenas um broto no coração do casal
fincou raízes e frutificou, sendo Marli Dill, nascida no mesmo ano do casamento
de seus pais, o primeiro fruto dessa união, primeiro fruto e filha única até
hoje. No ano seguinte, nasceu Nazário que
sendo o primeiro homenzinho naquela casa também alegrou o coração de seus pais.
Hora dos parabéns |
A jovem senhora que já era tão habilidosa em cuidar de crianças não imaginava
que precisaria testar suas habilidades e, em dose dupla, pois nem desconfiava, que guardava em seu ventre os
gêmeos Valdir e Valmir. Isto sim é que se pode chamar de prova de fogo, pois além de serem
dois, ainda nasceram prematuros, numa
cidade do interior, onde não haviam recursos, apenas a dificuldade dos pais.
Mesmo assim, a bênção do Senhor foi suficiente para que os pequeninos
sobrevivessem e pudessem mais uma vez
irradiar beleza e alegria à família que cresceu mais rápido que o planejado.
Uma curiosidade é que a cidade interiorana onde nasceram- Cândido Godói- é mundialmente conhecida como “A capital dos
Gêmeos”, embora D. Lúcia nem desconfiasse da gravidez de
gêmeos, imagina-se que talvez não foi surpresa nenhuma para o povo daquele
lugar que se acostumou a ver gente nascer em dupla. Você viu no Fantástico?
Não?!!! Pois é!!! Naquela cidade até
mesmo as árvores são plantadas
de forma duplicada, evidentemente para manter a lenda e, claro, combinar
com os famosos que lá nasceram.
Parabéns a você... |
No
ano de 1975, cansada da lida, a família de D. Lúcia resolve buscar melhoria de
vida em outro estado e o Pará foi o escolhido, sendo o interior de Rurópolis o
lugar onde se estabeleceram. Como todo migrante,
enfrentaram muitas dificuldades. Uma delas foi o longo período de viagem, dez
dias em um caminhão que embora fosse grande, tornou-se pequeno diante da
quantidade de coisas que transportavam e a quantidade de pessoas além dos
animais - oito só de caça. Aqui, por muito tempo, o trabalho ainda foi o mesmo:
continuou na roça ao lado do marido e dos filhos. Filhos que embora tenham
ganhado um irmãozinho paraense, o caçula Rodrigo, mas perderam o pai, em 08 de agosto de 1.988, quando o irmão menor tinha pouco mais de cinco
aninhos. Com cinco filhos, poucos recursos e muitas necessidades, além da
saudade do companheiro, para essa
guerreira não faltou coragem e determinação para continuar batalhando pela
criação dos filhos. Foi nesse período que D. Lúcia mudou-se para a cidade de
Rurópolis e foi trabalhar como merendeira/servente em uma escola municipal. Depois,
colocou um comércio o que lhe deixou totalmente ocupada, sem tempo até mesmo
para aproveitar um dos poucos prazeres que a vida lhe oferecia e que ainda hoje
ela curte: jogar baralho.
Apagando as velhinhas (da mesa...) |
Se a
vida nunca foi tão sorridente para D. Lúcia no sentido de ter facilidades, ela,
com sua garra, sempre mostrou aos filhos, netos e bisnetos, que vale a pena
lutar pelo que acreditamos, pois carregava consigo a certeza de que a sua maior
riqueza, sua família, era e continua sendo
a sua grande razão para sorrir, nesta vida.
Uma outra razão que também estampou o sorriso no
rosto dessa vovó linda de treze netos e um bisneto foi a conquista da casa
própria, algo simples e de certa forma
até mesmo obrigatório para os recém
casados, entretanto, não para esta jovial senhora que só a conquistou depois que
já estava somente com o filho mais novo com quem ficou desde a morte do pai e é
o único que mora ao lado dela até hoje.
Aniverariante e netos |
Atualmente
a belíssima aniversariante desta noite, já aposentada, divide o seu tempo entre
os cuidados com o pequeno Rudi Gabriel, neto que tem um lugar de destaque em seu coração, e
os outros prazeres que a vida lhe negou em outros tempos: dança
no CTG, nas festas juninas, pula
carnaval além de viajar com o Grupo da 3ª idade.
Saudade...ah
saudade....Esta palavra, quase sempre fez parte da vida dessa encantadora
senhora. Quando saiu de sua terra natal, precisou aprender a conviver com a
ausência dos seus pais e irmãos, pois somente a tia Ivone também veio morar
aqui. Contudo, pior que isso, foi não poder nunca mais rever seus genitores
sequer para dar o último abraço antes que fossem para sua morada eterna. Uma
outra saudade que não se pode
deixar de falar é da saudade dos amigos,
inesquecíveis, da comida que só os gaúchos sabem preparar, dos bailes
belíssimos que só existem naquela região
e do gostoso frio da terrinha que lhe viu nascer. Ah! que saudade, ah! que vontade de fugir
deste calor. Além disso, também carrega a distância dos filhos e, embora toda
mãe saiba que isso faz parte do curso natural da vida, sempre leva no peito a
dor da ausência e as inesquecíveis lembranças peculiar, de cada um.
Aniversariante, filho, nora e netos |
Se
por um lado a saudade lhe fez e ainda
faz sofrer, também foi importante para
que ela percebesse que a coragem que a
moveu em busca de algo melhor para a
família foi ainda maior. Esta certeza
foi recentemente confirmada nas palavras da tia
Melda quando ao receber a visita de Marli e família disse: “ Que bom que
o Rudi foi para lá, vocês estão melhor que a gente, bem melhor”. Dessa viagem
também trouxemos um recado do tio Juca quando soube do seu meio de
transporte e das suas aventuras aqui no
Pará: “cuidado quando sair de moto, fica sempre na estrada”.
Setenta anos não dá, certamente, para traduzir em quatro
folhas de papel, não é D. Lúcia? Entretanto, dá para traduzir em sentimentos
que somente nós: os filhos, os netos, bisneto e amigos têm pela senhora.
Sentimentos de amor, carinho, ternura, respeito, amizade, lealdade, honestidade
e tantos outros que nos ensinou. Sentimento especial. Aquele incomparável que só a vó tem, que só ela ensina de um
jeito próprio, até parecido com o da nossa mãe que também aprendeu com ela,
porém único e inconfundível, tão inconfundível quanto o pão de queijo e o bolo
de milharina, ou o chazinho pra dor de estômago, principalmente depois da
viagem pra vir lhe ver. É uma delícia, um santo remédio. Será que é porque
também é preparado por uma santa?
Aniversariante e netos |
Tão santa que sua bondade e doação sempre é relembrada
por todos que convivem ou conviveram com a senhora, pois sabem que muitas vezes
deixou de viver sua própria vida para acolher, para agradar, para ajudar
alguém: um filho, um neto, um amigo. Não
importa quem seja, importa servir e da melhor forma, sempre!
Todo esse seu carisma merece o maior presente que podemos
lhe dar: herdar seu exemplo e ser tão bons quanto a senhora. Que Deus nos
permita esta graça. Nesta noite festiva, além de agradecermos ao Senhor pela
oportunidade de reunir familiares e amigos para demonstrar o quanto você é
especial, levaremos uma certeza: ao completar 70 anos percebemos que o tempo
não te fez mais velha te fez melhor. PARABÉNS!!!FELICIDADES!!! SEMPRE!! SEMPRE!!!
ETERNAMENTE!!!
Rurópolis, 13 de abril de 2013.
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