O tempo... |
Heldinho... (é mole?) |
De repente, percebo que já
estamos no último dia do ano de 2017.
Quando mais jovem, não
pensava em conversar com o tempo.
Hoje, continuamente, o tempo
vem conversar comigo e eu o ouço cabisbaixo, sem capacidade de lhe pedir algo
ou dar uma resposta à sua imperiosa, inexorável e definitiva determinação.
Chamo isso de sensatez,
afinal é como ouvir a voz da alma me dizendo para não desesperar, para não
entregar os pontos, para desfrutar, mais do que antes, desse presente que, ele,
o tempo, proporciona como recompensa daquilo que vivi e que me levará ao final.
O ser humano tem muitas
formas de encarar o jeito de ser do tempo. Há aquele que busca diuturnamente
fugir dos seus efeitos terríveis. Há o que se desespera e tenta até o fim
brigar com ele numa batalha inócua e sem mérito. E há aquele que prefere
brincar com ele, zombar da sua disciplina, ironizar do seu poder encontrando
alegria de viver desta forma.
Sem legenda... |
Eu acho que sou como esse
último. Se estou errado, o senhor Tempo que me perdoe, mas foi ele mesmo que me
tornou o que sou hoje. Foi ele que me deu esta capacidade de enfrentá-lo
sorrindo, de lutar por glória mesmo sabendo que serei vencido. É que tenho ao
meu lado, a senhora "Ânsia de Viver". Ela que é uma das parceiras
eternas do senhor Tempo, escondidamente me fornece a força para que eu não
baixe a guarda diante dele.
E não se espantem com o que
vou lhes confessar. É maravilhoso brigar com ele brincando!
Ah! Velho tempo que não
envelhece!
Que companheiro engenhoso
ele é. No começo ele nos encanta, impulsiona, dá-nos sua mão. Depois, fica como
um amigo que vai embora e nos visita vez por outra, e, mesmo nos trazendo
presentes, já não demonstra o entusiasmo e a emoção de outrora.
Por fim, ele nos segue a
distância, interferindo na nossa vida, cutucando-nos continuamente para que
vivamos com mais intensidade os nossos momentos ou alertando-nos de que já não
somos mais jovens e devemos estar sempre prevenidos.
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"Ele é remédio para todos
os males", anunciam todos os arautos do bem estar. E, se somos coerentes
na nossa forma de viver, concordamos com eles.
Não sei se por gostar tanto
de mim ele se sinta malogrado em ter que cumprir o seu destino comigo. Mesmo
amigos nós lutamos ferozmente como dois inimigos respeitosos. Ele para cumprir
sua missão e eu para fugir dos seus efeitos, do seu eterno e estranho poder
evolutivo que assim como faz florescer destrói silenciosamente sem pedir
licença, lentamente...
Porém já não consigo driblá-lo
com maestria. Aqui, ali, ele me alcança, e de dá um sacolejo que me deixa
cambaleante, aturdido. E ele parece rir da minha descompostura. E passa ao
largo com sua risada sinistra.
ELE,
O TEMPO, E EU...
Em 2018 continuaremos
brigando. E brigaremos por anos seguidos como adversários leais até que, como
Heitor diante de Aquiles, sucumbirei sob sua espada.
O tempo passa para todos, e
enquanto tivermos tempo, vamos “lutando contra ele” e tentando vencer o maior
numero de round possível, mesmo sabendo que no final ele nos vencerá. Com esse
texto acima, de autoria do meu tio/cunhado EMANUEL
FIGUEIRA TEIXEIRA, em nome de minha família, quero desejar a todos os
parentes, amigos e mesmos aos inimigos, FELIZ FESTAS e que no NOVO ANO, possamos concretizar todos os projetos sonhados e idealizados nos anos anteriores. QUE VENHA 2018!
Pela primeira vez fui egoísta... só apareceu eu.