sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

CRÔNICA DA SEMANA: REINE EM MIM

A princesa e o príncipe


Um dia ouvi isso: "C" de Calendário, onde moram os dias; e o "Carnaval", esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data marcada. Não é que a pessoa que escreveu isso estava certa? 
De acordo com minhas pesquisas, o costume brasileiro de se brincar no período do carnaval foi introduzido pelos portugueses, no século XVI, com o nome de “Entrudo”. Naquele tempo, dividia-se em dois tipos: O popular, aquele com brincadeiras nas ruas das cidades, onde todos se jogavam água, ovos e farinha e Entrudo familiar, já mais reservado, que ocorria nas residências familiares, onde jovens jogavam uns nos outros o tal limão de cheiro, originando-se mais tarde o  conhecido lança-perfume.
Voltando um pouco mais no tempo, em Portugal, desde a Idade Média se comemorava o carnaval, sendo que em algumas aldeias os seus habitantes criavam gigantescos bonecos chamados de Entrudos, e com o tempo, eles deixaram de significar apenas bonecos, passando a ter uma conotação maior: o de festa.
No Brasil, pesquisas apontam que somente no final do Século XIX, começaram aparecer os blocos carnavalescos, cordões e “corsos”- tipo de agremiações carnavalescas responsáveis pela promoção de desfiles pelas ruas da cidade, utilizando carros, geralmente, de luxo, abertos e ornamentados, com foliões fantasiados, que ao passar jogavam no público confetes, serpentinas e esguichos de lança-perfume - estes, posteriormente, deram origem aos carros alegóricos típicos das atuais escolas de sambas, mas, apenas no século XX, que o carnaval se firmou como uma verdadeira festa popular recheado de marchinhas carnavalescas encantando a todos.
E antes que me perguntem, o lança-perfume, embora aparentemente inofensivo era comum nos carnavais daquela época, mas, em 1961, acabou sendo proibido legalmente no Brasil, mediante Decreto do Presidente Jânio Quadros, após alguns casos comprovados de morte de usuários por embriaguez, muitas vezes, seguida de acidentes fatais, pois segundo     as características técnicas do produto é uma droga manufaturada com solventes químicos à base de cloreto de etila, que acelera a freqüência cardíaca, podendo chegar até 180 batimentos por minuto. A droga destrói as células do cérebro, levando o usuário a desmaios ou vômitos.
Tá bom. Chega de informações históricas e blá, blá, blás.. (esta minha mania eterna de aluno de Ciências Humanas, o famoso e eterno “CH” de Cursinho de Vestibular), vamos ao que interesse e que todos estão esperando: o(s) personagem (s) da semana. Carnaval..., sinceramente, eu já sou mais reservado, fechado, distante da folia, porém, muito observador e sempre atento as boas histórias ocorridas no “tríduo momesco”, pronto para ouvir os romances, as curiosidades, as brigas, as polêmicas, os fatos que “quase ninguém ficou sabendo”. Período em que se respira liberdade seja corporal ou ideológica, onde, para muitos nem o céu é o limite, basta ter criatividade. É...”onde não há pecado, não há perdão” (faço aqui alusão a um trecho de uma das canções de Caetano Veloso, na boa, adoro esta frase, dá um efeito legal para quem ouve...).
As cinzas do Carnaval já se anunciavam. O sol já se despedia. Eu percebia que os dias de Momo estavam terminando. Fim de tarde de uma segunda-feira. Voltando para casa, depois de uma série de procedimentos policiais como saldo de domingo movimentado. Cansado... Estressado... Dolorido..., já dobrando a esquina, mas, quem resiste a um beijo recheado de alegria e encantamentos atirado com a mão com destino certo? Sorriso frouxo. Parei! Cadê o estresse? Sumiu. Cadê a dor? Tomou Doril. Será que vou lá? Perguntei-me em voz baixa. Não vou! Vou? Não vou! De repente, outro beijo atirado... Um Sorriso iluminado como um convite abençoado. De repente... Mais sorrisos... Mais beijos atirados... Cores... Muitas cores. Musica... Gente... Gente. Como dizem por estas bandas: “muita muage(m)”. Quer saber, eu vou... Maquiavel que me perdoe, mas eu prefiro ser amado do que temido... 

Estava certo, fui recebido de braços abertos por rainhas, mas lembrando de que o primeiro beijo que desencantou o sapo em príncipe foi jogado pela Rainha Antonieta, também conhecida popularmente como DIDICA e naquele castelo imaginário eu fui coroado igual num conto de fadas virei príncipe como nos desenhos de minha sobrinha. Foi uma surpresa como as coisas foram acontecendo: Coisas de Momo.
Entre Caras e Bocas nos divertimos exaustivamente. Aquelas pessoas somente queriam que eu estivesse ali junto a elas, despido de cargo, de poder, de hierarquia, vaidades e de preconceitos. A noite chegou em festa e com ela vieram mais personagens com outros timbres e risos. E a chuva?...Relaxa... Somente veio para abençoar e dar um gosto a mais ao caldo quentinho servido.
- Posso tirar uma foto? Perguntou-me a senhora.
- Claro. Respondi.
- Obrigada. Ela agradeceu.
- Eu que lhe agradeço pelo carinho. Aliás, agradeço a DIDICA, pois se não fosse aquele sorriso contagiante e o beijo atirado em minha direção, jamais estaria em vossas companhias, mas sim, quieto num canto esperando as cinzas da quarta-feira.
- Posso tirar uma foto também? Perguntou um casal
- Sim. Respondi.
- Eu também quero. Gritou uma senhora lá no fundo.
- Bora. Chamei.
Como falava uma personagem de Glória Perez: “Cada mergulho é um flash” até que nessa onda toda apareceu a Rainha Antonieta tomada pela curiosidade com aquilo que eu segurava não mãos.
- Ei, Príncipeeeeeeee, o que é isso aí cumprido? É tua espada? Perguntou DIDICA.
- Não. É meu PAU DE SELFIE.
- O queeeeeeeeeeee???????????? – Curiosamente, ela me perguntou gritando.
- Vamos bater uma foto. Vou te ensinar.
Mesma assustada com tamanha modernidade, nós conseguimos bater algumas fotos divertidíssimas. Meio tortas e outras desfocadas, entretanto, aproveitáveis.
- Agora todo mundo junto e misturado, olhando para cima, contando 10 segundos, lá vai... E.....Selfieeeeeeeee.
Às rainhas e foliões daquele dia, em especial a dona Antonieta Gonçalves Diniz, muito obrigado pela diversão e que outros dias memoráveis iguais a esses reinem em vocês, reinem em mim, reinem em nós, sem que seja preciso esperar outros Carnavais.
Mas cuidemos também do espírito, pois depois das Cinzas vem a Quaresma.
Para finalizar, só mais um pouquinho, na folia, me despeço ao som de “Sassaricando”, à todos um abraçaço e aquele beijo e bom fim de semana.
Sassaricando
Sassassaricando
Todo mundo leva a vida no arame
Sassassaricando
A viúva, o brotinho e a madame
O velho na porta da Colombo
É um assombro
Sassaricando
Sassassaricando
Todo mundo leva a vida no arame
Sassassaricando
A viúva, o brotinho e a madame
O velho na porta da Colombo
É um assombro
Sassaricando
Quem não tem seu sassarico
Sassarica mesmo só
Porque sem sassaricar
Essa vida é um nó
(Marchinha de Carnaval/ Compositor: Luiz Antonio, Oldemar Magalhães e Zé Mário) 
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