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| Senhora Alzenir - A "equilibrista da vida..." |
No final da tarde de hoje,
ganhei mais um presente. Não daqueles que se guarda numa estante ou num guarda
roupa com prazo de uso, mas sim daqueles que se agrega a alma. Ao fechar o portão do prédio da delegacia me
deparei com aquela senhora carregando consigo várias sacolas. Equilibrando
aqueles objetos na maior categoria. Digo isso com todo o respeito e carinho,
pois se eu fizer isso quebro meu pescoço. Não é qualquer um não que é capaz. Fiquei
admirado com a força e ternura daquela senhora. E com o sorriso mais puro e tranqüilo
me dado, embora o olhar cansado, ela nada me pediu, porém, eu disse: “Deixa que
eu lhe ajude”! E fui conversando com
dona Maria Alzenir dos Santos até sua residência. Simples e de forma direta,
ela me contou um pouco de sua trajetória de vida até me surpreender com
lembranças guardadas na minha memória mais remota. Falou que reside no
município de Rurópolis há 30 anos, desde quando deixou sua cidade natal Brejo
Santo/CE e fez de tudo um pouco na vida: Lavou roupa para fora, depois de um
tempo virou vendedora ambulante e hoje trabalha na feira vendendo hortaliças,
frutas, verduras, farinha etc. -“Doutor, lembro do Senhor quando chegou aqui.
Lá na feira. Lembra? Pedindo ajuda do presidente para conseguir mantimentos
para os presos. Todos lhe ajudaram!” – Ela me falou e eu desabei no emocional.
Tempos difíceis! Tempos de um delegado iniciante, onde tudo parecia um bicho de
sete cabeças. Então, percebi todos nós
passamos por momentos na vida que diante das dificuldades, nos sentimos fracos
e incapaz de reagir e vencer os obstáculos, mas quando paramos e olhamos para
“dentro de nós” e conseguimos enxergar a nossa capacidade e a força poderosa de
luta que existe ali, passamos a enxergar que tudo é possível, basta ter fé e
esperança. E aquela história de que a esperança é a última que morre, é pura
balela. Certa vez, no ano de 1995, após minha reprovação no vestibular para
direito, Aída Soares, minha finada avó santarena, também um exemplo de
perseverança me disse: - “Meu filho, não fique triste, você no próximo ano vai
passar em Direito” – Muito p... Com a reprovação, eu disse a minha parenta
(como a chamava): “É vó, a esperança é a ultima que morre!” – Ela na sua
infinita sabedoria me respondeu: “Não, Arizinho. Ela não morre”. É verdade, a
esperança se renova sempre.
Aprendi numa dinâmica de
grupo que quando o problema vier e você se sentir inferiorizado pare por um
instante, respire e faça uma reflexão. Pegue um papel e coloque o maior número
de situações difíceis que você venceu e o que você fez para vencer. Quem lhe
ajudou e como se sentiu após a vitória e irá perceber que será capaz de ir mais
além. E quando conquistar a vitória, convide
as pessoas que o ama e estiveram do seu lado para comemoração.
Já na porta da casa de dona
Alzenir, no bairro do arroz, perguntei: “Posso contar esta história no blog?” –
Ela: “Internet?” – Eu: “Sim”. – Ela: “Pode, mas vou chorar” – Eu: “Por quê?” – “Fico emocionada”. Então Dona
Alzenir pode ficar emocionada, estou contando esse pequeno momento nosso e
aproveito para fazer uma homenagem a todos os feirantes da cidade de Rurópolis
pela primeira mão amiga estendida que encontrei quando aqui cheguei. Deus
abençoe a trabalho de vocês e suas famílias. Muito obrigado!
Mensagem de Superação
Acredite você pode tudo!
Se nada mudar, invente, e
quando mudar, entenda.
Se ficar difícil, enfrente,
e quando ficar fácil, agradeça.
Se a tristeza rondar,
alegre-se, e quando ficar alegre, contagie.
E quando recomeçar,
acredite.
Você pode tudo.
Tudo consegue pelo amor, e
pela fé que você tem em Deus!
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